Boletim 16 da história do canal chegando, assuntos de hoje: F1 pode ser forçada a ser elétrica em breve?; McLaren confirma MCL36 atualizado para o GP da Espanha; Alfa Romeo razoavelmente confiante no pacote de atualização de Barcelona; Fato bizarro: Charles Leclerc bate Ferrari histórica de Niki Lauda; motivo do acidente revelado; Designer de pistas de Miami envergonhado por reclamações de pilotos; Novo presidente da FIA fala sobre a possibilidade de retorno do diretor de corrida Michael Masi e outros assuntos importantes; Chefes de equipe atualizam informações sobre problemas nas corridas Sprint da F1 e como a Red Bull poderia desempenhar um papel em uma nova piloto feminina de F1?
Perdeu o boletim 15?
Fato bizarro: Charles Leclerc bate Ferrari histórica de Niki Lauda; motivo do acidente revelado
A maldição de Mônaco continua para o herói local Charles Leclerc: durante o histórico Grande Prêmio nos cânions urbanos de Monte Carlo, o líder do campeonato mundial bateu uma antiga Ferrari de Fórmula 1 que foi pilotada por Niki Lauda!
A cena aconteceu na tarde de domingo na curva Rascasse, onde Leclerc perdeu o controle da traseira da Ferrari 312B3 e colidiu contra os guard rails do lado de fora. A asa traseira do veículo foi avariada.
Imediatamente após o acidente, Leclerc indicou problemas nos freios com um sinal de mão. Problemas que a equipe de corrida da Ferrari confirmou oficialmente no domingo. O monegasco continuou a andança pelas ruas do principado, mas depois estacionou o carro da década de 1970 na reta de largada com a traseira fumegante.
Leclerc levou o último episódio de sua maldição de Mônaco com humor. O piloto da Ferrari escreveu no Twitter: “Quando você pensa que teve todo o azar do mundo em Mônaco e depois perde os freios ao entrar na curva Rascasse em um dos carros de Fórmula 1 históricos mais lendários da Ferrari”.
Ele postou com um rosto sorridente de cabeça para baixo com uma arma apontada para ele. A Ferrari 312B3 é um carro de Fórmula 1 desenvolvido pela Scuderia para a temporada de 1973. O carro estreou no Grande Prêmio da Espanha em Montjuic daquele ano, onde Jacky Ickx terminou em décimo segundo.
Um desenvolvimento adicional do 312B3 foi pilotado por Niki Lauda e Clay Regazzoni em 1974. Regazzoni foi vice-campeão mundial e também terminou em segundo no campeonato de construtores. O carro do acidente de Leclerc é de propriedade da empresa Methuselah Racing.
Cabe lembrar que este não é o carro com o qual a lenda da Ferrari, Jean Alesi, também sofreu um acidente, foi no histórico Grande Prêmio de Mônaco no ano passado (2021). Foi quando Alesi recebeu toque de rival naquela oportunidade e foi parar no muro. As Ferraris históricas andam azaradas…
E a razão para o acidente foi encontrada: pouco antes do fato triste, o disco de freio quebrou. As fotos mostram como o freio se desfaz das rodas na curva Rascasse:
Designer de pistas de Miami envergonhado por reclamações de pilotos
A estreia do Grande Prêmio de Miami foi um passo importante para a Fórmula 1, dando início à expansão da categoria nos Estados Unidos como o primeiro de dois novos GPs a serem realizados no país em 2022.
A partir de 2023, se tornará três quando o Grande Prêmio de Las Vegas se juntar à dobra.
Já falamos sobre o GP de Las Vegas aqui no canal:
Em todo o paddock, houve muitos elogios ao espetáculo que foi o Grande Prêmio de Miami de 2022, mas quanto à própria pista do Autódromo Internacional de Miami, projetada em torno do terreno do Hard Rock Stadium, os pilotos não ficaram particularmente felizes.
A principal área de preocupação foi a seção apertada e técnica em torno da chicane da curva 14/15, como Max Verstappen e Carlos Sainz acreditando que não é adequado para um carro moderno de Fórmula 1. Lewis Hamilton comparou-o a um estacionamento B&Q, disse que sua impressão predominante foi dos solavancos do circuito e sua chicane apertada.
Essa seção lenta foi, como disse o sócio-gerente do GP de Miami, Tom Garfinkel, um “mal necessário” não apenas para liberar espaço para o resto da pista, mas também para desacelerar os pilotos devido à falta de espaço de escoamento.
No entanto, as alterações de design serão consideradas daqui para frente.
Além disso, os pilotos também tiveram problemas com o asfalto, incluindo os níveis de aderência off-line. Sergio Perez chegou a chamar a superfície de “brincadeira”.
E foi essa crítica à superfície que foi levada a sério por Bowen, chefe da Apex Circuit Design, que criou a pista em conjunto com o engenheiro da FIA e da F1 Craig Wilson.
Em entrevista à Motor Sport Magazine, ele disse: “Na verdade, foi uma vergonha da minha parte, porque há muito tempo investido para fazer isso direito. Há orgulho profissional envolvido, não há? Foram feitas muitas pesquisas. Não saímos da pista, era pensamento convencional, era engenharia convencional. E você deve se lembrar de que as primeiras corridas em locais geralmente acontecem. Foi o mesmo em Austin, foi o mesmo que Cingapura, foi o mesmo em Istambul quando foi ressurgido. E então, se você pensar nessa perspectiva, é apenas uma questão de esperar que a faixa amadureça. É um pedaço de asfalto novinho em folha e precisa fazer o seu trabalho.”
Bowen diz que a situação pode ser ajudada tratando o pré-evento da pista para remover quaisquer detritos e poeira, algo que eles deveriam ter feito desta vez em retrospectiva, mas certamente farão em 2023.
“No próximo ano, vamos começar a condicionar a pista mais cedo com o FOD BOSS, que é uma maneira eletrostática de retirar detritos de um circuito”, disse ele.
“O único arrependimento, eu não providenciei para que as máquinas FOD BOSS fizessem seu trabalho na quinta e na sexta. Eu só queria ter certeza de que eles tinham corrido mais cedo.”
No entanto, apesar das críticas à superfície e à seção de chicane, a pista em geral foi boa no que diz respeito à ação de corrida.
De fato, as 45 ultrapassagens produzidas foi o segundo maior número da temporada de 2022 até agora, atrás apenas do Bahrein, onde ocorreram 58 ultrapassagens.
“Acho que a teoria do design foi confirmada na realidade da corrida”, disse Bowen. “Fiquei satisfeito com isso. Porque, obviamente, na sexta e no sábado, com a pista tão suja, era preocupante que não estivéssemos chegando onde queríamos. Mas é interessante que [durante a corrida] havia várias linhas, havia ultrapassagens nas curvas. E muitas das coisas que as pessoas criticavam, provavelmente estavam olhando para a coisa errada. É como binóculos, de que lado eles estão olhando?”
Questionado se as críticas dos pilotos provocaram pressão dos repórteres do GP de Miami, Bowen respondeu: “Acredite ou não, isso não aconteceu. Havia uma confiança de que teríamos uma corrida. Foi um prazer que tivemos a corrida que tivemos. E no meu caso houve um prazer genuíno em ver que conseguimos o que queríamos. Eu chamo isso de Santo Graal. Nós nos acostumamos muito na F1 a ver ultrapassagens em retas. E corridas clássicas, aquelas sobre as quais as pessoas falam por décadas depois, são aquelas em que você vê dados na pista pelas curvas. Me conte algo. Você viu isso acontecendo hoje? No meio-campo, vi muitos passes nas curvas. E, na verdade, eu não esperava ver as ultrapassagens nas curvas de alta velocidade, porque é claro que os carros têm aderência limitada lá. Mas eles ainda fizeram isso. Assim como a Série W e, definitivamente, os Porsches. E o que isso me disse é que a linha não estava restrita apenas à linha de corrida. Porque você não pode passar lado a lado quando está em G alto se não se agarrar offline.”
Como você ouviu, foi a segunda pista com mais ultrapassagens em 2022. Muitas críticas foram feitas com relação a grande reta, ali se esperava muitas ultrapassagens e isso não aconteceu. Enfim, vamos aguardar para ver o que vai acontecer em 2023…
McLaren confirma MCL36 atualizado para o GP da Espanha
Daniel Ricciardo e Lando Norris, da McLaren, terão o benefício de algumas peças novas para testar neste fim de semana no Grande Prêmio da Espanha.
O Circuito de Barcelona-Catalunha foi palco da primeira sessão em pista da temporada 2022 e do novo ciclo regulamentar, o que significa que este fim de semana oferece às equipes uma excelente oportunidade para correlacionar as melhorias que fizeram até agora nesta temporada, bem como testar novos componentes contra dados já coletados.
Espera-se que muitas das equipes tragam pacotes de atualização maiores para a corrida deste fim de semana, incluindo Ferrari, Red Bull e Mercedes, enquanto a McLaren também confirmou que o MCL36 terá alguns novos componentes.
“Estamos trazendo algumas atualizações para o carro para o fim de semana”, disse o chefe da equipe McLaren, Andreas Seidl, em sua prévia oficial da corrida. “Eu sei que tem sido uma semana extremamente movimentada para muitas das equipes fazendo mudanças antes de Barcelona, então vai continuar a ser uma luta acirrada por pontos.”
Com a McLaren entre as estrelas no teste de pré-temporada espanhol, Seidl disse que o trabalho de comparação será crucial à medida que eles se esforçam em suas novas peças.
“Tivemos um bom desempenho nesta pista nos testes de pré-temporada, então será interessante ver como nosso carro se comportará com as atualizações que fizemos desde então”, disse ele. “Espero que possamos ter algumas boas batalhas e colocar os dois carros de volta na luta por bons pontos.”
Durante o que foi uma temporada inaugural difícil com a McLaren em 2021, Barcelona representou um dos fins de semana mais fortes de Ricciardo ao se classificar em sétimo antes de correr para o sexto lugar.
Com a equipe de Woking ansiosa para se recuperar de um fim de semana difícil em Miami, Ricciardo disse que os preparativos de pré-temporada no circuito espanhol podem desempenhar um grande papel neste fim de semana.
“Houve algumas boas batalhas em Miami com grande apoio como sempre dos fãs, mas provou ser um circuito difícil para a equipe”, disse ele. “Olhando para a Espanha, temos que manter uma mentalidade positiva e aplicar tudo o que aprendemos no último fim de semana de corrida. A Espanha foi uma boa corrida para mim no ano passado, então estou ansioso para voltar lá com os novos carros regulamentares e realmente tirar o máximo do MCL36. Tendo testado aqui em fevereiro, temos mais ideia do que esperar sob os novos regulamentos do que em outros fins de semana de corrida. Será bom ver onde podemos fazer melhorias e testar as atualizações que estamos trazendo. Nosso desempenho desde o Bahrein mostrou que podemos lutar consistentemente pelo top 10, então será ótimo voltar à pista e continuar. Vamos continuar empurrando e continuar voltando mais fortes.”
E o Grande Prêmio de Miami resultou em uma rara desistência de Norris, que caiu na volta 39 após contato com Pierre Gasly, da AlphaTauri. No entanto, não tinha sido um fim de semana particularmente forte para Norris até aquele momento – ele estava em 13º no momento do incidente.
Com o piloto britânico frequentemente no topo dos tempos ao longo do teste de pré-temporada, Norris disse que está ansioso para comparar o desempenho deste fim de semana com o desempenho de três meses atrás.
“Eu deixei a retirada em Miami para trás e estou totalmente focado na corrida pela frente”, disse ele. “Tivemos algumas boas corridas na pista durante os testes de fevereiro, então estou ansioso para adicionar tudo o que aprendemos da temporada até agora aos dados que obtivemos anteriormente com os novos carros regulamentares. Miami destacou que ainda temos um caminho a percorrer para voltar a lutar consistentemente no topo, mas é importante permanecermos otimistas. A equipe está trabalhando para trazer atualizações para o carro enquanto falamos, então espero que isso nos dê o impulso de que precisamos enquanto nos dirigimos a essa rodada dupla.”
Alfa romeo razoavelmente confiante no pacote de atualização de Barcelona
A Alfa Romeo acredita que seu pacote de atualização em Barcelona elevará seu nível de desempenho ainda mais, com mais desenvolvimentos por vir para a equipe suíça.
Na sequência da introdução dos novos regulamentos da F1, a Alfa conseguiu sair do escalão inferior do pelotão, com a equipe marcando mais pontos nas primeiras cinco corridas de 2022 que nas suas duas últimas temporadas, cortesia de seus novos pilotos.
Embora a equipe Hinwil tenha trazido um sidepod e um pacote de piso modificados para Imola, novas peças foram preparadas para a rodada desta semana no Circuito da Catalunha.
“O pacote está funcionando”, disse o chefe de engenharia de pista da Alfa Romeo, Xevi Pujolar, em Miami, citado pelo The Race. “É uma pista onde temos um alto teor de curvas de baixa velocidade e sabíamos que estamos razoavelmente bem, mas as condições são bastante extremas com a temperatura, por isso tem sido bastante difícil para todos. Em termos de eficiência da pista e nível de downforce, foi a primeira vez que chegamos a um nível tão alto. As pessoas tentaram encontrar a compensação entre velocidade máxima e downforce nas curvas de baixa velocidade e tudo bem. Agora podemos estar razoavelmente confiantes [na atualização da Espanha] de que está desenvolvendo o mesmo tipo de filosofia e deve ser um bom passo para Barcelona. E há mais vindo, então está bom no momento.”
Em Miami, Bottas, que se classificou em quinto, estava correndo à frente de ambos os carros da Mercedes nos estágios finais da corrida, até que um roçar na parede após um momento de distração permitiu que os Silver Arrows saltassem a frente do finlandês. Essa ultrapassagem dupla gerou muitos memes na internet, e não poderia ser diferente kkkk
Pujolar acredita que em pistas específicas, a Alfa pode se defender contra a Mercedes, mas seu principal objetivo geral nesta temporada continua sendo vencer seus principais concorrentes do meio-campo, como McLaren, Alpine e AlphaTauri.
“Para nós, vindo para [Miami] estávamos focando principalmente na McLaren, Alpine e AlphaTauri”, disse o espanhol. “Mas, obviamente, se não nos expormos a esses três concorrentes, a Mercedes é nosso alvo, estamos felizes em lutar contra a Mercedes também. Para o campeonato, nossos alvos realistas são Alpine, AlphaTauri e McLaren.”
Quanto aos objetivos do próximo fim de semana, Pujolar disse: “O mesmo das cinco primeiras corridas, estar lutando com todos. Mostramos um desempenho decente em todas as pistas e acho que estaremos no topo do meio-campo novamente, com os dois carros.”
Chefes de equipe atualizam informações sobre problemas nas corridas de sprint da F1
Vários chefes de equipe de Fórmula 1 expressaram suas opiniões sobre os planos de corrida de sprint para a próxima temporada. A FIA manifestou preocupação com o número de corridas de sprint em 2023. Após uma reunião da Comissão de F1 em abril deste ano, as equipes apoiaram o plano de realizar seis corridas Sprint, em vez de três.
No entanto, a FIA disse que ainda está “avaliando o impacto desta proposta na pista e nas equipes”, então nada é certo ainda. O órgão de segurança do automobilismo quer ‘fornecer feedback à Comissão de F1’.
O chefe de equipe da Mercedes, Toto Wolff, entende os problemas enfrentados pela FIA e aguarda uma avaliação adicional do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem. “Acho que as decisões tomadas precisam ser analisadas criticamente”, disse ele a mídia.
Wolff está convencido de que uma solução será encontrada e acrescentou: “Para Mohammed, era importante que a equipe da FIA também fosse ouvida. Ele não era contra, mas precisava de mais tempo para tomar uma decisão”.
O CEO da McLaren, Zak Brown, está ansioso para ver mais corridas Sprint na Fórmula 1. Ele espera que a F1 e a FIA estejam mais alinhadas nas futuras tomadas de decisão. “Já tentamos fazer seis corridas no ano passado, mas claramente não conseguimos fazer isso nesta temporada”, disse o americano. “Acho que todas as equipes são a favor da ideia de seis corridas Sprint, principalmente agora que vimos os dados. Esses dados nos dizem que há mais atenção dos fãs e isso é importante para o crescimento do esporte, como nossos fãs reagem a novas atividades. Como Toto disse, Mohammed disse que precisa fazer um pouco mais de lição de casa. Acho que talvez a FIA e a Fórmula 1 possam estar um pouco mais alinhadas antes dessas reuniões, mas tenho certeza que vai dar certo.”
Essa questão que ele citou dos fãs é importante, pois certamente quem é contra é por motivos de equipe, como os custos. E como os números mostram que é positivo para os fãs, merecemos que se encontre um meio termo. Você gosta da corrida Sprint ou você é um fã boy de domingo? kkkkk
O chefe da Alpine, Laurent Rossi, está confiante de que as partes funcionarão em breve. “É bom que todos os órgãos de governo queiram ter certeza de que tudo está em ordem, porque depois de uma decisão você não recua. Acho que vamos trabalhar com algum tipo de discussão e alguns deveres de casa antes de chegarmos a um acordo. É apenas uma questão de tempo, eu acho.”
Vimos a primeira corrida Sprint da atual temporada de Fórmula 1 durante o fim de semana do GP da Emilia Romagna. A segunda e a terceira corrida Sprint ocorrerão na Áustria e no Brasil, respectivamente.
Novo presidente da FIA fala sobre a possibilidade de retorno do diretor de corrida Michael Masi e outros assuntos importantes
Não há dúvida de que Mohammed Ben Sulayem começou sua presidência da FIA durante um período turbulento. Ele foi eleito em 17 de dezembro – menos de uma semana após o polêmico Grande Prêmio de Abu Dhabi – para substituir Jean Todt, que havia alcançado seus (três) mandatos. Imediatamente, ‘MBS’ recebeu uma tarefa importante: realizar a pesquisa prometida de seu antecessor, visando o final da temporada de 2021.
Ben Sulayem venceu a eleição como presidente da FIA com 62% dos votos do ex-vice-presidente esportivo Graham Stoker, que ganhou 36% dos votos. 2% dos eleitores estavam ausentes. A divisão do final da temporada em Abu Dhabi significa que o novo presidente da FIA deve receber críticas dos fãs de qualquer forma. Para complicar ainda mais as coisas, Lewis Hamilton “puniu” a FIA, boicotando a gala de premiação obrigatória.
Posteriormente, MBS – como é informalmente chamado – soube nos primeiros 100 dias como presidente que a FIA enfrentaria um déficit anual de 25 milhões de euros. Não muito depois, Hamilton volta a ser alvo de discussão, depois de recusar as ‘regras das joias’ na Fórmula 1, assunto que também já falamos aqui no boletim 9:
“Nós herdamos muitas coisas”, disse ele em sua primeira entrevista completa à mídia desde que assumiu o cargo, enfatizando: “Não vou fugir. Tenho que enfrentá-los para seguir em frente no final.”
Sulayem estava sentado em seu escritório improvisado na Race Control Tower com vista para o circuito de Miami, mas sua estadia nos Estados Unidos não se limita apenas à Fórmula 1. Ben Sulayem visitou Indianápolis e viu o lendário proprietário da equipe Roger Penske aqui. Ele também visitou a NASCAR e Daytona Speedway.
É completamente diferente de ganhar títulos de rali no Oriente Médio – onde ele conquistou 14 deles, em parte por 61 vitórias. Também é diferente de administrar a Federação de Turismo e Automobilismo dos Emirados Árabes Unidos, mas a presidência da FIA certamente não se trata apenas de viagens espontâneas a Paris.
Não há descrição de cargos para a função, nem cursos universitários na presidência da FIA. Então ele aprende trabalhando, em público. Como o primeiro presidente não europeu da FIA nos 117 anos de história do órgão de segurança, MBS olha para a mudança cultural. Ele planeja nomear um Diretor de Igualdade e Diversidade para garantir que todos os grupos demográficos estejam bem representados e tenham oportunidades iguais.
O bilionário árabe tem grandes ambições para a FIA. Ele ainda não está satisfeito com o resultado da investigação do GP de Abu Dhabi. “Não acho que o que foi feito no Race Control agora seja uma solução. Colocamos um curativo, por enquanto, após Abu Dhabi.” Como exemplo, ele dá a opção de nomear dois novos diretores de corrida após a polêmica em torno de Michael Masi.
Masi foi enviado de volta à sua Austrália natal, mas um retorno não é descartado pela MBS. “Temos Niels (Wittich) e Eduardo (de Freitas), eles são bons, mas e se algo acontecer com um deles? Niels foi testado positivo para Covid (antes do GP de Miami) e ele está feliz agora, saudável e forte novamente. Mas a categoria rainha do automobilismo não deve depender de uma pessoa, tudo deve acontecer naturalmente. A FIA não deve operar por mim, mas por toda a equipe. Isso é algo que eu quero olhar. É possível, mas é preciso trabalho duro e inteligente.”
No final, Masi e a FIA concordaram, mas dada sua experiência e conhecimento da Fórmula 1, ele continua disponível para o órgão de segurança do automobilismo. Um retorno de Masi, portanto, não está excluído, embora sem dúvida, caso ele retornasse, criaria uma situação dolorosa dentro do esporte.
Independentemente disso, Masi acabou sendo considerado ‘inocente’ após a investigação do GP de Abu Dhabi. Portanto, não há impedimento legal ao retorno do australiano à Fórmula 1.
Ben Sulayem coloca uma forte ênfase nos desenvolvimentos regionais do automobilismo e na diversidade dentro do esporte. Além disso, ele pretende dobrar a participação no automobilismo global em quatro anos. O valor das classes internacionais deve ser aumentado a este respeito e o automobilismo também deve ter um papel maior no nível político.
Juntamente com o vice-presidente Robert Reid, Ben Sulayem quer garantir que os campeonatos da FIA deixem algo para trás onde quer que sejam realizados. “Não somos um circo para ir a um país, fazer algo lá e sair sem deixar legado”, explica MBS.
Os presidentes da FIA geralmente definem o rumo para o futuro do automobilismo global, mas, ironicamente, em seus primeiros anos se preocupam principalmente com a implementação das políticas de seus antecessores. Por exemplo, Todt supervisionou várias mudanças regulatórias elaboradas por seu antecessor, Max Mosley, que assinou o Acordo Concorde 2010-2012 e deu luz verde para a era híbrida em 2014.
Foi apenas durante seu segundo e terceiro mandatos que Todt conseguiu cumprir sua visão, tornando a nova era na Fórmula1, os hipercarros no WEC e os carros híbridos no WRC responsabilidade de Ben Sulayem. Como resultado, a atual estrutura da FIA pode não ter continuidade, já que ele pode ser destituído do cargo em 2025. Nesse caso, seu sucessor deve supervisionar as mudanças de regras que estão sendo determinadas para 2026 e além.
A nomeação de um CEO da FIA em tempo integral está atualmente em andamento e deve resolver em parte a falta de continuidade. Ele também fornece mais estabilidade dentro do corpo de segurança. Isso pode dar a Ben Sulayem a liberdade de atuar como embaixador global do automobilismo.
Sobre a motorização, MBS acredita que o automobilismo deve focar mais na eletrificação e na sustentabilidade, mas acredita que as petrolíferas devem se envolver técnica e comercialmente na busca de soluções dentro das fontes de energia. “É nisso que nós, como FIA, estamos trabalhando agora com eles. Existem grupos que querem se associar à nossa marca de uma forma diferente. Essas empresas nos ajudaram com vários desenvolvimentos e pesquisas”, diz ele, antes de se desculpar por não poder nomear as marcas devido a cláusulas de confidencialidade.
A FIA trabalha em estreita colaboração com os líderes da Fórmula 1 para melhorar a classe rainha. “Temos um bom relacionamento com o chefe da Liberty, Greg Maffei, Chase Carey (chefe da F1) e Stefano Domenicali (CEO da F1). Somente juntos podemos melhorar o esporte. Está indo bem. É um desafio, sim, mas não esperava outra coisa. Ainda temos um longo caminho a percorrer. Se queremos estar prontos para a nova geração, temos que atualizar as regras.”
O fato de Ben Sulayem achar que a cooperação entre as partes é muito importante não significa que ele concorde com tudo. Isso foi destacado em uma votação recente nas corridas Sprint da Fórmula 1. A F1 e a FIA normalmente votam em bloco, mas MBS exigiu mais detalhes sobre as implicações financeiras e operacionais das corridas Sprint.
Em última análise, a votação foi adiada, para grande desgosto da Liberty Media. Eles perceberam que não só gerenciam a F1, mas que a FIA realmente é dona do esporte. Isso foi um alerta e um sinal claro de que não será a última vez que essa situação surgirá.
O fato de Mohammed Ben Sulayem levar muito a sério a presidência da FIA é evidente em todos os seus sacrifícios desde que entrou na função mais importante do automobilismo global. “Sou uma pessoa do automobilismo e, claro, a mobilidade é tão importante para mim. Deixei os Emirados Árabes Unidos e deixei o Comitê Olímpico disso. Só tenho a FIA, minha paixão está aqui. Meu coração está aqui.”
Como a Red Bull poderia desempenhar um papel em uma nova piloto feminina de F1?
De acordo com o chefe da equipe, Christian Horner, a Red Bull deve ajudar as jovens pilotos e suas carreiras na Fórmula 1. As mulheres estão desempenhando um papel cada vez mais proeminente no automobilismo, mas na categoria rainha o grid – com cinco exceções – sempre consistiu inteiramente de homens.
No entanto, a W Series, a classe de corrida feminina, está ficando maior. A terceira temporada terá mais corridas do que nunca e será transmitida em vários canais de televisão importantes. Horner está encantado com o crescimento da classe de corrida feminina e a popularidade do automobilismo entre as mulheres. “Acho que a W Series é uma iniciativa fantástica”, explica Horner. “Ainda é tudo muito novo e está se desenvolvendo e crescendo. Espero que atraia mais e mais mulheres para as corridas. O que realmente precisa acontecer é que as mulheres aprendam o básico das corridas. Acho que, em parte por causa do efeito da Netlfix, o alvo que é o público da Fórmula 1 está mudando. Muitas outras mulheres conhecem e mostram interesse na Fórmula 1, o que esperamos motiva-las a fazer algo com ela”.
Horner está convencido de que o talento sempre vence na Fórmula 1, independentemente do gênero. “O kart é, claro, onde se começa no automobilismo. Acho que sempre temos a discussão: as meninas devem correr com os meninos? Devem ser duas competições separadas, como outros esportes? Acredito que não deve haver obstáculos, nem mesmo nisso. Se houver talento suficiente, ele chegará à Fórmula 1, porque somos todos indivíduos egoístas. Queremos os melhores pilotos, independentemente de origem, sexo ou qualquer outra coisa. Acho que se a W Series puder ajudar jovens talentos na F3 ou F2 e, eventualmente, na Fórmula 1, isso é uma coisa positiva”.
Horner espera que a Red Bull possa fazer algo pelos talentos femininos. O chefe da equipe explica como a equipe de corrida austríaca pode ajudar. “Patrocinamos e ajudamos mulheres no passado e continuaremos a fazê-lo no futuro. É uma questão de ver quem queremos apoiar por meio de nossas atividades de escoteiros.”
Vários pilotos ativos na W Series já têm um papel na Fórmula 1. Por exemplo, o bicampeão Jamie Chadwick é membro da Williams Driver Academy e Jessica Hawkins é embaixadora da equipe de F1 da Aston Martin.
Já fizemos dois vídeos aqui no canal sobre mulheres no esporte:
F1 pode ser forçada a ser elétrica em breve?
A Fórmula 1 já se comprometeu com um futuro neutro em carbono com uma grande revisão de seus regulamentos de motores entrando em vigor em 2026, mas Nico Rosberg alertou que isso ainda pode não ser o suficiente.
O campeão mundial de Fórmula 1 de 2016 diz que os governos de todo o mundo estão acelerando a legislação que proíbe os motores de combustão interna que podem impossibilitar a F1 de evitar o uso totalmente elétrico ainda mais cedo do que o planejado.
“Eles estão usando combustíveis sintéticos, o que para a mobilidade como tal não será a melhor solução”, disse Rosberg, atual proprietário da equipe Extreme E, ao site The Race, quando perguntado sobre os planos atuais do esporte.
“Os combustíveis sintéticos são muito relevantes para outros setores de mobilidade, sejam aviões, navios porta-contêineres, caminhões ou qualquer outra coisa”, continuou ele. “A F1 seguirá esse caminho e terá um papel fundamental no desenvolvimento desses e-combustíveis. Espero que, como resultado, isso beneficie todos esses outros setores de mobilidade. Mas isso é suficiente para a F1 ser relevante com os e-combustíveis como a única coisa de mobilidade a usar e-combustíveis? Isso é um ponto de interrogação a longo prazo. Talvez, como diz Alejandro, eles tenham que se tornar elétricos”, acrescentou, referindo-se ao cofundador e presidente do campeonato mundial de Fórmula E totalmente elétrico da FIA, Alejandro Agag.
Agag disse que quer fazer parte da estratégia da F1 de recorrer à energia elétrica como combustível alternativo e previu que os carros elétricos em breve serão mais rápidos do que os atuais carros de F1 com motores de combustão.
“Desenvolvendo a tecnologia de baterias em carros elétricos, um dia iremos mais rápido”, afirmou Agag. “Poderíamos ir mais rápido hoje, a única coisa é que não teríamos energia na bateria. Mas em termos de propulsão, poderíamos colocar quatro motores – um em cada roda – e ir mais rápido que a Fórmula 1 por 10 minutos”, argumentou. “Isso vai chegar. A quantidade de energia que a bateria pode armazenar vai chegar, a bateria vai ficar mais leve. Já a progressão que tivemos na Fórmula E através da Gen1, Gen2, Gen3 – é escalonada. É assim que eu vejo. A menos que alguém diga: ‘Não, preferimos ir mais devagar e continuar com gasolina’, então é justo”, disse Agag em um evento organizado pelos parceiros patrocinadores da Fórmula E Julius Baer em Mônaco. “Mas ainda não chegamos lá.”
Isso sugere um futuro confronto existencial entre a F1 e a Fórmula E. Como parte do acordo que estabelece a série totalmente elétrica, a FIA não sancionará uma série de monopostos totalmente EV e hidrogênio antes de 2039 – que inclui a F1.
“Temos na Fórmula E uma licença exclusiva para o campeonato. Teremos uma licença exclusiva para o hidrogênio, está em nossa licença também”, disse o fundador da FórmulaE, Alejandro Agag.
“Então, no momento, a Fórmula 1 está abordando isso cobrindo as ciências dos biocombustíveis, combustíveis sintéticos… que é outra dessas tecnologias que podem entrar na mistura. É um dos meus objetivos reais, encontrar uma maneira em que a F1 e a Fórmula E possam existir em paralelo de uma maneira muito coordenada, então vamos ver se podemos fazer isso acontecer. A F1 tem uma história que é a história do automobilismo, os momentos de glória”, argumentou. “Isso é impossível de ‘conseguir’ – [se] você cria um novo campeonato, não pode retroceder setenta ou oitenta anos. A história é muito importante.”
Rosberg concordou que as duas séries podem e devem encontrar uma maneira de coexistir, mesmo que a F1 seja forçada a mudar para a bateria mais cedo do que o planejado.
“Vejo a oportunidade [para a F1 e a Fórmula E] coexistirem muito porque há muitas grandes diferenças”, disse ele. “Quero dizer, a Fórmula E está correndo nos centros das cidades. Isso por si só já é uma atração tão poderosa”, argumentou. “A F1 não tem esse privilégio de correr no centro de Londres, no centro de Paris, no centro de Hong Kong, e isso é incrível. Isso é muito exclusivo da Fórmula E. Como resultado, há uma facilidade de acesso, também para todas as pessoas que estão na cidade”, disse ele.
Interessante essa previsão do Rosberg, de que os elétricos serão mais rápidos que a F1 a combustão e que terão mais autonomia. Será? Ou ele é suspeito em falar, já que é dono de equipe elétrica? A F1 poderá mesmo ser totalmente elétrica? Deixe seu comentário…
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