A doença de Alzheimer é uma condição que afeta milhões de pessoas com mais de 65 anos, mas atualmente não existe um teste simples ou confiável para a doença.
Agora, os cientistas desenvolveram um aplicativo de smartphone que, segundo eles, pode detectar sinais de Alzheimer e outras condições neurológicas – com base em uma selfie do olho.
O aplicativo rastreia mudanças no tamanho da pupila, que pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego dizem que podem ser usadas para avaliar a condição cognitiva de uma pessoa.
“Embora ainda haja muito trabalho a ser feito, estou animado com o potencial de usar essa tecnologia para trazer a triagem neurológica para fora dos laboratórios clínicos e para as casas”, disse Colin Barry, primeiro autor do estudo.
“Esperamos que isso abra as portas para novas explorações do uso de smartphones para detectar e monitorar possíveis problemas de saúde mais cedo.”
Por outro lado, já falamos sobre o Alzheimer e o celular neste vídeo:
A pupila é o círculo preto no centro do olho que funciona para deixar a luz entrar e focar a retina para que você possa ver.
Pesquisas anteriores mostraram que o tamanho da pupila pode fornecer informações sobre as funções neurológicas de uma pessoa.
Por exemplo, o tamanho da pupila aumenta quando uma pessoa realiza uma tarefa cognitiva difícil ou ouve um som inesperado.
Para medir o tamanho da pupila, os profissionais de saúde atualmente realizam o que é conhecido como teste de resposta da pupila.
Isso requer equipamentos especializados e caros, e só pode ser realizado no laboratório ou em uma clínica.
Em seu novo estudo, a equipe se propôs a desenvolver uma solução mais acessível e econômica.
“Uma ferramenta de avaliação de smartphone escalável que pode ser usada para exames comunitários em larga escala pode facilitar o desenvolvimento de testes de resposta da pupila como testes minimamente invasivos e baratos para ajudar na detecção e compreensão de doenças como a doença de Alzheimer”, disse o professor Eric Granholm, professor de psiquiatria da Escola de Medicina da UC San Diego.
O aplicativo usa a câmera de infravermelho próximo de um smartphone para detectar a pupila e calcular seu tamanho com precisão submilimétrica.
A maioria dos smartphones agora possui uma câmera infravermelha integrada para reconhecimento facial – incluindo o OnePlus 8 Pro, o iPhone X e posterior e o Samsung Galaxy S8 e posterior.
Enquanto isso, a câmera selfie do smartphone é usada para tirar uma foto colorida, capturando a distância entre o smartphone e o usuário.
Isso permite que o aplicativo converta o tamanho da pupila da imagem do infravermelho próximo em unidades milimétricas.
Durante os testes, os pesquisadores descobriram que as medidas do aplicativo eram comparáveis às feitas por um pupilômetro – o aparelho considerado o padrão ouro para medir o tamanho da pupila.
A equipe também trabalhou com pessoas mais velhas para garantir que o aplicativo para smartphone fosse fácil de usar.
Os principais recursos incluem comandos de voz, instruções baseadas em imagens e um escopo de plástico barato para direcionar o usuário para a posição correta.
“Ao testar diretamente com adultos mais velhos, aprendemos sobre maneiras de melhorar a usabilidade geral do nosso sistema e até nos ajudou a inovar soluções específicas para adultos mais velhos que tornam mais fácil para pessoas com diferentes limites físicos ainda usar nosso sistema com sucesso”, disse o professor Edward Wang, membro do corpo docente do Laboratório de Design da UC San Diego.
‘Ao desenvolver tecnologias, devemos olhar além da função como a única métrica de sucesso, mas entender como nossas soluções serão utilizadas por usuários finais que são muito diversos.’
A equipe agora planeja testar o aplicativo com adultos mais velhos com comprometimento cognitivo leve, para ver quão eficaz é na triagem da doença de Alzheimer em estágio inicial.
O que é Alzheimer?
A doença de Alzheimer é uma doença progressiva e degenerativa do cérebro, na qual o acúmulo de proteínas anormais faz com que as células nervosas morram.
Isso interrompe os transmissores que transportam mensagens e faz com que o cérebro encolha.
Mais de 5 milhões de pessoas sofrem da doença nos EUA, onde é a 6ª causa de morte, e mais de 1 milhão de britânicos a têm.
O QUE ACONTECE?
À medida que as células cerebrais morrem, as funções que elas fornecem são perdidas.
Isso inclui memória, orientação e capacidade de pensar e raciocinar.
O progresso da doença é lento e gradual.
Em média, os pacientes vivem de cinco a sete anos após o diagnóstico, mas alguns podem viver de dez a 15 anos.
SINTOMAS INICIAIS:
- Perda de memória de curto prazo
- Desorientaçao
- Mudanças comportamentais
- Mudanças de humor
- Dificuldades em lidar com dinheiro ou fazer um telefonema
SINTOMAS POSTERIORES:
- Perda grave de memória, esquecimento de familiares próximos, objetos ou lugares familiares
- Tornar-se ansioso e frustrado com a incapacidade de entender o mundo, levando a um comportamento agressivo
- Eventualmente perder a capacidade de andar
- Pode ter problemas para comer
- A maioria acabará por precisar de cuidados 24 horas por dia