Evidências mostram riscos de saúde mental em crianças associados a bebidas energéticos

As bebidas energéticas estão associadas a um risco aumentado de problemas de saúde mental entre crianças e jovens, incluindo ansiedade, stress, depressão e pensamentos suicidas, descobriu um novo estudo.

No seu estudo publicado na Public Health, os investigadores descobriram que o consumo de bebidas energéticas era mais comum entre os rapazes do que entre as meninas, e também estava associado ao aumento de comportamentos de risco, como o uso de substâncias, violência e sexo inseguro.

Também associa o consumo das bebidas a um risco aumentado de mau desempenho acadêmico, problemas de sono e hábitos alimentares pouco saudáveis.

Pesquisadores do Fuse, Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública, da Universidade de Newcastle e da Universidade de Teesside, analisaram dados de 57 estudos envolvendo mais de 1,2 milhão de crianças e jovens de mais de 21 países.

Especialistas dizem que isso destaca a necessidade de medidas regulatórias para restringir a venda e comercialização de bebidas energéticas a crianças e jovens.

Shelina Visram, professora sênior de saúde pública do Fuse, Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública da Universidade de Newcastle, disse: “Estamos profundamente preocupados com as descobertas de que as bebidas energéticas podem levar a sofrimento psicológico e problemas mentais. Estas são questões importantes de saúde pública que precisam ser abordadas.

“Tem havido inação política nesta área, apesar da preocupação do governo e das consultas públicas. É hora de agirmos no setor de mais rápido crescimento do mercado de refrigerantes,” disse a pesquisadora.

Esta é uma atualização de uma revisão de 2016. Em 2017, os mesmos pesquisadores do Fuse, o Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública, foram os primeiros a publicar pesquisas explorando em profundidade as reações em crianças, a partir dos 10 anos de idade, em bebidas energéticas.

Os académicos apelaram ao governo do Reino Unido para que tome medidas relativamente à venda de bebidas energéticas a menores de 16 anos, depois de descobrirem que estas estavam a ser vendidas a jovens a valores mais baratos do que água engarrafada.

Pesquisas anteriores também descobriram que até um terço das crianças no Reino Unido consomem bebidas energéticas com cafeína semanalmente e que os jovens no Reino Unido eram os maiores consumidores de bebidas energéticas na Europa para a sua faixa etária.

O autor principal, Professor Lake, Professor de Nutrição em Saúde Pública do Fuse, Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública da Universidade de Teesside, disse: “As bebidas energéticas são comercializadas para crianças e jovens como uma forma de melhorar a energia e o desempenho, mas nossas descobertas sugerem que eles estão realmente fazendo mais mal do que bem.

“A evidência é clara de que as bebidas energéticas são prejudiciais para a saúde mental e física das crianças e jovens, bem como para o seu comportamento e educação. Precisamos de tomar medidas agora para protegê-los destes riscos,” disse o professor.

Vários países tentaram regulamentar as bebidas energéticas, incluindo proibições de venda a menores de 18 anos na Lituânia e na Letónia. O governo do Reino Unido realizou uma consulta sobre o fim da venda de bebidas energéticas a crianças em Inglaterra e também propôs isto no seu livro verde de 2019 “Avançar a nossa saúde: Prevenção na década de 2020”.

Embora 93% dos entrevistados na consulta apoiassem a restrição das vendas a menores de 16 anos, não houve nenhuma ação adicional. Em 2022, o governo descentralizado do País de Gales lançou a sua própria consulta para proibir a venda de bebidas energéticas a menores de 16 anos.

A Agência de Padrões Alimentares do Reino Unido afirma que as bebidas energéticas são geralmente bebidas com altos níveis de cafeína. Eles geralmente são comercializados como proporcionando um “impulso” mental e físico, fornecendo mais “energia” do que os refrigerantes normais. Eles são diferentes das “bebidas esportivas” que podem ser usadas para repor os eletrólitos perdidos durante o exercício.

Os níveis de cafeína numa lata de bebida energética podem variar entre 80 mg (equivalente a duas latas de cola ou uma caneca de café instantâneo) e 200 mg (equivalente a cinco latas de cola).

Mais de 40 organizações relacionadas com a saúde juntaram-se aos investigadores no apelo ao governo para finalmente restringir a venda e comercialização de bebidas energéticas a crianças e jovens.

A coisa é séria meus amigos, e na dúvida, não deixe seu filho consumir esses produtos. Até porque nosso cérebro já é capaz de fornecer energia suficiente para nossas atividades diárias, se você quiser, é claro.

*Medicalxpress

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