Inteligência artificial pode prever com precisão a morte em quase 80% dos casos

Essa IA está dando o que falar, se inserindo em praticamente tudo em nossas vidas. E por falar em vida, a inseriram também no contrário dela, a morte.

E pagar impostos e morrer podem ser as únicas certezas da vida. E agora os avanços na IA podem ter-nos levado um passo mais perto de prever o segundo.

Um novo estudo descobriu que é possível fazer previsões precisas sobre a morte de uma pessoa usando um subconjunto de IA conhecido como aprendizado de máquina. Que tal?

Os autores do estudo disseram que a “escala” do seu conjunto de dados foi fundamental para a sua pesquisa. Eles coletaram registros diários de uma década de mais de 6 milhões de pessoas que vivem na Dinamarca, de acordo com o relatório.

O conjunto de dados inclui registros de saúde, salário, horário de trabalho, residências e muito mais. Usando esses dados, os pesquisadores criaram um modelo de aprendizagem profunda chamado “life2vec” para mapear sequências detalhadas dos eventos da vida de um indivíduo, de acordo com o estudo.

Para testar o life2vec, os pesquisadores analisaram um subconjunto de dados para ver se era possível prever se alguém havia sobrevivido nos quatro anos após 2016. Os pesquisadores sabiam a resposta, mas o algoritmo não.

“Para testar o quão bom [life2vec] é, escolhemos um grupo de 100.000 indivíduos onde metade sobrevive e metade morre”, disse à CNN o principal autor do estudo, Sune Lehmann, professor da Universidade Técnica da Dinamarca. Eles se concentraram em usar indivíduos com idades entre 30 e 55 anos – quando a mortalidade é mais difícil de prever.

Life2vec acertou cerca de 78% das vezes, segundo a CNN. Constatou-se que os indivíduos com rendimentos elevados ou que ocupavam cargos de gestão tinham maior probabilidade de sobreviver. Descobriu também que homens, trabalhadores qualificados ou indivíduos diagnosticados com um distúrbio de saúde mental tinham maior probabilidade de morrer.

O modelo superou os “métodos de última geração” existentes em cerca de 11%, disseram os autores. Não é de surpreender que o life2vec tenha um desempenho melhor para grupos com um maior número de eventos de saúde nos seus registos. Os pesquisadores descobriram que também teve melhor desempenho com grupos de pessoas mais jovens e mulheres.

Os pesquisadores também usaram o modelo para fazer previsões sobre detalhes humanos mais subjetivos, como traços de personalidade, que normalmente são coletados por meio de questionários. Life2vec foi capaz de fazer previsões sobre uma série de traços de personalidade humana, desde a auto-estima de uma pessoa até sua sociabilidade.

Embora o life2vec possa parecer “ameaçador e maluco”, é provável que tenha um impacto no trabalho que já está em andamento no mundo real, especialmente no trabalho conduzido por companhias de seguros.

O Google também tem trabalhado em tecnologia de IA que pode prever a morte de uma pessoa por meio da análise de registros de saúde.

A Life2vec não está pronta para realizar nenhuma “tarefa do mundo real” em seu estado atual, mas, teoricamente, “podemos fazer qualquer tipo de previsão”, disse Lehmann.

*Fonte

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