Jô #SOARES morre em São Paulo, aos #84 anos; CONHEÇA AQUI A SUA GRANDE #HISTÓRIA

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O ator, roteirista e diretor Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (5) aos 84 anos. O apresentador do “Programa do Jô”, exibido pela TV Globo e considerado um dos maiores humoristas do Brasil, estava internado no Sírio Libanês no centro de São Paulo desde 25 de julho por pneumonia.

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O jargão “Beijo do Gordo” entre muitos outros se calou. Morreu Jô Soares. Muito do que temos hoje na TV, devemos a ele. Principalmente os programas atuais de entrevistas, que misturam humor e música.

A causa da morte ainda não foi divulgada. O funeral e velório de Jô serão reservados para familiares e amigos, em data e local ainda não divulgados.

“Viva você, meu Bitiko, bolota. Você está orgulhoso de todos que compartilharam a vida com você de alguma forma. Agradeço aos senhores do tempo e do espaço por me darem a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigado pelas risadas que provocam asma, por nossa casa do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais extravagantes e malvados, pela quantidade de filmes que você achou que eu tinha sorte de não me lembrar, mas uma vez para ver e sorvete, pela quantidade indecente de filmes que assistimos”, escreveu a internauta Flavia nas redes sociais.

Humor como marca registrada

Em todas as suas inúmeras atividades artísticas, como entrevistador, ator, escritor, dramaturgo, diretor, roteirista, pintor… Jô Soares tinha o humor como marca registrada. Foi seu ponto de partida e sua assinatura no teatro, na televisão, no cinema, nas artes visuais e na literatura. Ele mesmo admitiu de bom grado: “Tudo o que fiz, tudo o que faço, é sempre baseado no humor. Desde que nasci, desde então”, disse em nota ao site Memória Globo.

Nos últimos 25 anos, Jô tornou-se conhecido como o apresentador de talk show mais famoso do país. Na TV Globo atuou no “Programa do Jô”, exibido desde 2000. Ele também se destacou por ser um dos mais importantes humoristas da história do Brasil, participando de atrações que fizeram história na televisão. Entre eles, destacam-se “A Família Trapo” (1966), “Planeta dos Homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981). Ele também escreveu cinco livros, atuou em 22 filmes e é considerado um pioneiro do standup.

PRIMEIRO PROGRAMA DO JÔ NA GLOBO:

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José Eugênio Soares nasceu em 16 de janeiro de 1938 no Rio. Ele era filho único do empresário Orlando Heitor Soares e Mercedes Leal Soares. Em entrevista ao Fantástico em 2012, Jô disse: “Como sempre fui gordo, prefiro ser conhecido pelo espírito do que pelo físico. Então, eu era muito, muito pretensioso”, ele supôs. “Sou muito vaidoso, nunca escondi. Qual artista não é vaidoso? Tudo. É uma profissão de vitrine para os expositores. Você nasceu querendo seduzir o mundo.”

Quando criança, Jô frequentou um internato. “Eu chorei muito. Foi uma coisa exagerada, uma coisa de sensibilidade quase gay”, disse ao Fantástico. O motivo era o medo de tirar uma nota ruim e não poder ir para casa no fim de semana. Na escola seu apelido era poeta “Ser gordo e ter apelido de poeta acho que já foi uma vitória”.

Aos 12 anos foi estudar na Suíça, onde permaneceu até os 17 anos. Foi lá que se interessou por teatro e espetáculos. Mas o plano original não era seguir uma carreira nos palcos. “Pensei em seguir a carreira diplomática”, disse ao Memória Globo. “Mas eu sempre fui ao teatro, sempre fui a shows, fui aos bastidores para ver como era. E já estava inventando números satíricos do cinema americano, dancei com os sapatos que eu usava nos dedos.”

Quando o negócio de Orlando faliu, a família voltou para o Rio. Agora Jó estava pronto para enfrentar seu novo chamado. “Fui imediatamente ao grupo de teatro, mostrei meus números e quase começou sozinho”, lembra.

O site sobre cinema IMDb ainda lista que nesse período participou dos filmes musicais “Rei do movimento” (1954), “De perna pro ar” (1956) e “Pé na planta” (1957). No início de sua carreira cinematográfica, seu trabalho em O homem do Sputnik (1959) se destacou. Sempre como ator.

A estreia na televisão aconteceu em 1958. Nesse ano participou do programa “Noite de Gala” e começou a escrever para a “TV Mistério”, para a qual Tônia Carreiro e Paulo Autran faziam parte do elenco. Eles foram exibidos na TV Rio. Na emissora, Jô também estava no “Noites cariocas”. Ele então passou a escrever e atuar em comédias da TV Continental.

Na TV Tupi, participou do “Grande Teatro Tupi” do qual participaram nomes como Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Sérgio Brito e Aldo de Maia. “Consegui trabalhar simultaneamente nos três canais que estavam no Rio”, disse ao Memória Globo.

Em 1960, Jô mudou-se para São Paulo para trabalhar na TV Record. “Vim descobrir São Paulo, fui casado com a Teresa, tinha 22 anos. Vim 12 dias e fiquei 12 anos”, lembrou no Fantástico. A partir daí atuou e escreveu para diversas atrações, incluindo show do Jô, Praça da Alegria, Quadra de Azes, Show do dia 7 e Você é o Detetive.

O grande destaque da época foi “A Família Rapo”, que foi exibido todos os domingos entre 1967 e 1971. No início, Jô só escrevia o roteiro e seu parceiro era Carlos Alberto Nóbrega. Então ele conseguiu um papel: o mordomo Gordon. O elenco foi excelente, teve Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Ricardo Corte Real, Cidinha Campos e Ronald Golias.

Jô celebrava o pioneirismo da atração. “Acho que foi a primeira sitcom que foi feita”, disse ao Memória Globo. Ele disse ao Fantástico: “Foi o primeiro grande sucesso nacional na televisão. “Saí há um ano [do fim do programa] em 1970. Assinei um contrato com a Globo, onde estavam Boni, que já me conhecia e era amigo, e Walter Clark.”

Nos 17 anos seguintes, a partir de 1970, Jô Soares ficou na TV Globo. A estreia aconteceu no programa “Faça humor, não faça guerra” ao lado de Renato Corte Real (ambos foram roteiristas e protagonistas). A letra também foi assinada por Max Nunes, Geraldo Alves, Hugo Bidet e Haroldo Barbosa. “Fizemos cerca de 20 personagens por ano, em média. Quando o último programa terminou, mais de 260 personagens foram criados”, disse Jô ao Memória Globo.

Em 1973, surgiu um novo humor, “Satiricom”. “Foi um show no estilo Casseta & Planeta, da sátira à comunicação. Brincamos com novelas, com as notícias. Portanto, não havia estruturas fixas”, comparou.

Em 1977 foi a vez de “O planeta dos Homens”, em que novamente se dividiu entre os papéis de ator e autor, em colaboração com dois de seus parceiros habituais: Max Nunes e Haroldo Barbosa. O elenco mais uma vez chamou a atenção: Agildo Ribeiro, Paulo Silvino, Luís Delfino, Sônia Mamede, Berta Loran, Costinha, Eliezer Motta e Carlos Leite.

Apesar de “O Planeta dos Homens” ter ido ao ar até 1982, Jô saiu um ano antes para dar continuidade ao seu próximo projeto: “Viva o gordo”. “Meu humor sempre tem um fundo político, sempre tem uma observação do cotidiano no Brasil”, disse ele sobre a proposta da nova atração. “Meus personagens são muito mais ancorados psicologicamente e socialmente do que caricaturas puras. Eu nunca interpretei um personagem absolutamente gordo. Você é gordo porque eu sou gordo.” Os destaques dessa galeria de figurinhas foram Reizinho (monarca de um reino que zombava do Brasil na época), Capitão Gay (super-herói homossexual) e Zé da Galera (do slogan “Bota Ponta, Telê!”).

Quando seu contrato com a Globo expirou em 1987, Jô Soares mudou-se para o SBT. Ele atribuiu a mudança à oportunidade de apresentar um talk show na nova emissora.

“No final do contrato, falei com o Boni, meu amigo… Naquela época, claro, havia ódio. Por que eu disse ‘não'” [à proposta com a TV Globo]’ Jô admitiu no Fantástico em 2001. Durante 1 ano e meio de veiculação do talk show “Jô Soares” foram realizadas mais de 6.000 entrevistas. “E durante o processo de impeachment do presidente Fernando Collor, ‘Jô Soares Onze e Meia’ funcionou como uma espécie de plataforma popular onde o moderador entrevistava alguns dos principais atores e testemunhas do caso”, destaca o Memória Globo.

“Acho que descobri, também por acaso, a grande vocação da minha vida, o que me dá mais alegria, fazer a maior alegria. Eu me sinto muito vivo lá. A maior atração do mundo é o papo, a conversa”, disse o próprio Jô.

Retornou à Globo em 2000, quando estreou o “Programa do Jô”. “Não era uma questão de salário, porque a contraproposta do SBT era muito alta. Voltei pela oportunidade de fazer mais entrevistas internacionais, pelas oportunidades de gravação, pelo apoio ao jornalismo.”

Jô Soares trabalhou com destaque na imprensa e foi autor de best-sellers. Na década de 1980 escreveu regularmente para os jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” e também para a revista “Manchete”. Entre 1989 e 1996 escreveu uma coluna na Veja.

Ele também escreveu cinco livros, quatro dos quais eram romances. Estreou “O astronauta sem regime” (1983), coletânea de crônicas publicada originalmente em “O Globo”. O romance “O Xangô de Baker Street” (1995) liderou as listas dos mais vendidos e foi transformado em filme em 2001. Os trabalhos posteriores foram “O Homem que Matou Getúlio Vargas” (1998), “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras” (2005) e “As esganadas” (2011). Eles venderam muito bem.

No teatro, Jô ficou famoso por seus monólogos, todos de tom cômico e crítico, com sátiras sobre o cotidiano e a vida política no Brasil. As mais conhecidas foram “Ame um gordo antes que acabe” (1976), “Viva o gordo e abaixo o regime!” (1978), “Um gordoidão no país da inflação” (1983), “O gordo ao vivo” (1988), “Um gordo em concerto” (1994) que durou dois anos e “Na mira do gordo” (2007).

Os espetáculos em que atuou como ator também incluem a produção de Auto da compadecida e Oscar (1961), estrelado por Cacilda Becker e Walmor Chagas. Como realizador foi responsável por “Soraia, Posto 2” (1960), “Os Sete Gatinhos” (1961), “Romeu e Julieta” (1969), “Frankenstein” (2002), “Ricardo III” (2006).

Das suas mais de 20 obras cinematográficas, Jô apareceu em alguns clássicos do cinema nacional, como “Hitler IIIº Mundo” (1968) de José Agripino de Paula e “A mulher de todos” (1969) de Rogério Sganzerla. Também dirigiu o filme “O pai do povo” (1976).

Nesta entrevista ao Fantástico em 2012, ele comentou sobre sua “raiva da doença” e o medo da morte. Sempre de bom humor. “Sou um hipocondríaco de doenças exóticas. Beribéri nem sei o que é, mas tenho medo de pegar”, brincou. “O medo da morte é um sentimento inútil: você vai morrer mesmo, não adianta ter medo. Tenho medo de não ser produtivo. Cito meu amigo Chico Anysio: [uma vez] perguntaram a ele: ‘Você tem medo de morrer?’ Ele disse não. Tenho pena’. Perfeito.”

Tchau gordo, você foi muito importante para muitos de nós.

*Spamchronicles

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