As temperaturas atingiram 51,8°C em Meca, a cidade mais sagrada do Islã, na segunda-feira, quando 1,8 milhões de pessoas participaram na peregrinação anual.
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O número relatado de mortos devido ao calor escaldante na Arábia Saudita ultrapassou 900 peregrinos do hajj na quarta-feira, 19 de junho, enquanto amigos e familiares procuravam por entes queridos desaparecidos. Um diplomata árabe disse à Agence France-Presse (AFP) que só as mortes entre os egípcios saltaram para “pelo menos 600”, em comparação com as mais de 300 do dia anterior, principalmente devido ao calor implacável. Esse número elevou o total de mortos relatados até agora para 922, de acordo com uma contagem da AFP de números divulgados por vários países.
Cerca de 1,8 milhões de pessoas de todo o mundo, muitos idosos e enfermos, participaram na peregrinação de vários dias, maioritariamente ao ar livre, realizada este ano durante o verão saudita. Parentes vasculharam hospitais e pediram notícias online, temendo o pior depois que as temperaturas atingiram 51,8°C em Meca, a cidade mais sagrada do Islã, na segunda-feira. O Facebook e outras redes sociais foram inundadas com fotos de desaparecidos e pedidos de informações.
A Arábia Saudita não forneceu informações sobre mortes, embora tenha relatado mais de 2.700 casos de “exaustão pelo calor” somente no domingo. Além do Egipto, foram também confirmadas mortes na Jordânia, na Indonésia, no Irã, no Senegal, na Tunísia e na região autônoma do Curdistão do Iraque, embora em muitos casos as autoridades não tenham especificado a causa. Um segundo diplomata árabe disse à AFP na quarta-feira que as autoridades jordanianas procuravam 20 peregrinos desaparecidos, embora outros 80 que foram inicialmente dados como desaparecidos estivessem localizados em hospitais.
Temperaturas estão subindo a cada década
Um diplomata asiático disse à AFP que houve “cerca de 68 mortos” na Índia e que outros estavam desaparecidos: “Alguns (morreram) por causas naturais e tivemos muitos peregrinos idosos. E alguns se devem às condições meteorológicas, é o que assumimos”, disse.
O hajj é um dos cinco pilares do Islã e todos os muçulmanos com meios devem completá-lo pelo menos uma vez. Seu tempo é determinado pelo calendário lunar islâmico, avançando a cada ano no calendário gregoriano. Nos últimos anos, os rituais principalmente ao ar livre ocorreram durante o escaldante verão saudita.
De acordo com um estudo saudita publicado no mês passado, as temperaturas na região aumentam 0,4°C a cada década.
No ano passado, mais de 200 peregrinos foram mortos, a maioria deles vindos da Indonésia.
Todos os anos, dezenas de milhares de peregrinos tentam realizar o hajj através de canais irregulares, pois não podem pagar as licenças oficiais, muitas vezes dispendiosas. Um dos diplomatas árabes que falou à AFP na quarta-feira disse que muitos dos egípcios mortos não estavam registrados.
O calor excessivo que também mata. Já imaginou, quase 52 graus? Loucura.
FOTO: MOHAMAD TOROKMAN/REUTERS
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