MOTOCICLISMO NEWS - WSBK: Mais sobre os testes de Jerez

Em fevereiro inicia o Mundial Superbike

Muito material para a Yamaha no teste

O teste de três dias no Circuito de Jerez Angel Nieto chegou ao fim na quinta-feira com a equipe Pata Yamaha With Brixx WorldSBK a aproveitar as difíceis condições ao longo dos três dias para testar algum “hardware” e “evolução da plataforma de software” na sua Yamaha YZF-R1 para 2023. Toprak Razgatlioglu participou do teste na terça e quarta-feira, enquanto o companheiro de equipe Andrea Locatelli também ficou para testar na quinta-feira, com o sol fazendo uma rara aparição na tarde de quinta-feira.

A chuva foi um problema ao longo dos três dias de testes, mas Razgatlioglu e Locatelli estavam ansiosos para testar alguns novos componentes, bem como trabalhar em seu desempenho em tempo úmido; algo que tem sido uma fraqueza para Razgatlioglu no passado, embora, nas últimas corridas de chuva, ele tenha sido mais rápido e consistente. A dupla também se juntou ao competidor do Campeonato Mundial de Endurance da Yamaha e piloto de testes Niccolo Canepa, que ajudou a colocar a máquina Yamaha YZF-R1 à prova.

Relembrando o teste, onde Razgatlioglu apenas participou na terça e quarta-feira, disse: “Choveu um pouco demais em Jerez, teria sido bom ter tido algum tempo seco, mas ainda assim foi divertido para mim. Na última parte desta temporada, fizemos alguns progressos na chuva e pudemos ver isso durante o teste em Jerez, onde me senti muito mais confortável no molhado. Melhoramos, o que é uma boa maneira de fechar a temporada, então estou muito feliz com isso.”

Revendo o teste para a equipe como um todo, o gerente da equipe, Paul Denning, disse: “Havia muito material e desenvolvimentos que a Yamaha precisava para abalar e, idealmente, tomar decisões para a temporada de 2023. Mesmo que as condições de chuva não nos permitissem avaliá-los completamente, ainda assim conseguimos alguns quilômetros muito valiosos e descobrimos algumas direções interessantes tanto no hardware, com o objetivo principal em aumentar a aderência traseira, quanto na aceleração e nas configurações eletrônicas e evolução da plataforma de software.

Lembrando que Hardware é a máquina, parte física e Software são os programas informáticos.

“Um ponto muito positivo foi confirmar o desenvolvimento de velocidade de Toprak no molhado. Era o seu ponto fraco no passado, mas melhorou muito ao longo dos últimos dois anos e o teste, no primeiro dia, voltou a confirmar essa posição. Ele completou muitas voltas e cada volta teve um ritmo muito bom e foi consideravelmente mais rápido do que os outros pilotos presentes no teste. Isso foi positivo e, para Locatelli, que está correndo no último dia de teste, enquanto Toprak voltou para casa após um dia e meio de corrida, Loka deu alguns bons passos no último dia, especialmente trabalhando no molhado com alguns desenvolvimentos de estratégia eletrônica e, novamente, reconfirmando a direção em termos de busca de aderência traseira com o desenvolvimento de hardware.”

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Ao contrário de Razgatlioglu, Locatelli participou nos três dias e esperou na quinta-feira para ver se a pista iria secar durante uma rara interrupção nas condições de chuva. A corrida de Locatelli foi completada no molhado e, apesar de uma “pequena queda” durante o teste, conseguiu testar alguns novos componentes na máquina Yamaha enquanto o construtor nipónico procura dar um passo em frente para reconquistar os Campeonatos perdidos em 2022.

Discutindo seu teste, Locatelli disse: “Experimentamos algumas peças novas e tentamos compará-las com as antigas para entender, no molhado, se temos coisas boas. Em geral, o último dia de testes foi positivo, eu acho. Entendemos mais algumas coisas e estamos andando rápido. Em geral, temos muitos dados. Infelizmente, é apenas no molhado, mas temos alguns dados para analisar durante o inverno para entender as coisas. No final, não estou muito contente porque andámos apenas no molhado e não conseguimos fazer nada no seco. Não entendemos tudo e não experimentamos cada parte para ver se é melhor ou não. É importante que os caras tenham muitos dados para analisar. É uma boa experiência pilotar no molhado para o futuro. No final, é positivo. Apenas um pequeno acidente, mas isso é normal na chuva. Às vezes isso acontece.”

O chefe de equipe de Locatelli, o bicampeão mundial de SSP Andrew Pitt, ficou feliz com o teste, apesar das condições. Ele disse: “É sempre uma questão nos testes de inverno, quando está frio, fazer muita quilometragem na chuva e normalmente não o fazemos. Somos meio forçados a vir aqui devido ao tempo, nunca ia melhorar. Acho que tem sido bom para o Loka, ele trabalhou em muitas coisas e encontramos uma base molhada melhor. Exploramos algumas opções que nunca conseguimos fazer durante um fim de semana de corrida, onde você só precisa jogar um ajuste molhado e pronto. Conseguimos uma boa direção lá e acho que hoje, o último dia, demos alguns passos muito bons com o software. Espero que seja transferido para o seco, mas temos uma moto molhada muito melhor do que antes. Da próxima vez que precisarmos de uma moto molhada, já sabemos o que usar.”

Nota-se a Yamaha então motivada com os testes e com a equipe para 2023.

Vierge deu passos em frente no molhado com a Honda

Parte do paddock do Superbike World Championship desceu no Circuito de Jerez Angel Nieto para testes e, junto com equipes e pilotos, também a chuva no sul da Espanha. Falando no segundo dia de testes, Xavi Vierge (Team HRC) revelou no que estava trabalhando em condições de chuva durante o teste, enquanto embarca em sua segunda campanha com a equipe após sua chegada em 2022.

Com a chuva a encharcar a pista, Vierge aproveitou o tempo para melhorar as suas sensações em condições de chuva, bem como testar algumas melhorias no lado do motor, algo que o Team Manager Leon Camier revelou na terça-feira. Com uma curta reviravolta entre a Rodada Australiana que encerrou a temporada de 2022 e a que iniciará a temporada de 2023 em fevereiro, Vierge fez questão de aproveitar o tempo de pista disponível para ele, apesar das condições de chuva.

Refletindo sobre o seu teste até agora, com planos para testar na quinta-feira, desde que as condições sejam adequadas, Vierge disse: “Infelizmente, as condições estiveram todos os dias a chover. Mesmo com isso, usamos o tempo de pista, experimentamos alguns itens novos, obviamente nos concentramos nas condições de chuva, já que este ano não temos tanto tempo e nossa sensação em condições de chuva não foi muito boa. Foi uma boa oportunidade para nos concentrarmos em melhorar esse sentimento. Demos alguns passos adiante. Feliz com isso. Nas últimas corridas, tivemos a oportunidade de ajustar mais a configuração do chassi. Em Mandalika e na Austrália, as condições climáticas não estavam nos ajudando, mas também em um fim de semana de corrida é difícil porque você não tem tempo de pista. Tentamos entender isso aqui mesmo que as condições não sejam as melhores. Também houve alguns novos itens nas especificações do motor para nos ajudar um pouco. Estou feliz porque o Japão está trabalhando muito. A única coisa é que realmente não temos tempo bom para fazer um bom teste. Temos alguns pontos positivos e esperamos, no próximo teste, nas últimas semanas de janeiro, termos tempo para experimentar da melhor forma.”

Vierge também deu mais detalhes sobre seu programa de testes e o que ele estava procurando melhorar, especificamente em condições de chuva. Houve muito pouca corrida totalmente molhada no WorldSBK ao longo da temporada de 2022, a campanha de estreia de Vierge, com a Rodada Australiana no final da temporada dando a maior parte do tempo de pista afetado pela chuva; e, mesmo assim, quando parou de chover a pista secou muito rápido.

Expandindo o programa de testes, Vierge disse: “Temos lutado com a aderência traseira, especialmente o contato traseiro na entrada, e isso é difícil porque quando você não tem uma boa sensação com a frente ou no acelerador com a traseira, você pode compensar. Mas quando você está indo para a curva e a traseira não tem contato, não há muito o que fazer. Focamos nesse ponto. Melhoramos muito a sensação para que possamos ir mais rápido e ter uma sensação melhor em condições de chuva, o que será muito importante para a nossa temporada. Vamos a alguns lugares onde há muitas possibilidades de chuva, então precisamos estar preparados para qualquer condição”.

A Honda com sua “eterna” briga com sua aderência traseira.

Eletrônica trabalha para Granado no teste de Jerez

O piloto brasileiro Eric Granado (MIE Racing Honda Team) voltou à ação no Superbike World Championship no Circuito de Jerez Angel Nieto enquanto se prepara para sua primeira temporada completa no campeonato. Depois de fazer uma aparição pontual com a equipe em 2020, Granado vai competir pela equipe satélite Honda em uma campanha completa em 2023 e, apesar das condições de chuva no sul da Espanha, completou dois dias de testes enquanto se ajustava à CBR1000RR-R.

Apesar da chuva e das condições de chuva terem afetado seus dois dias de testes, que foram planejados pela equipe, Granado ainda conseguiu entrar na pista enquanto se prepara para sua primeira temporada completa nas SBK. O piloto brasileiro fará parceria com Hafizh Syahrin na equipe em 2023 e começou a sua adaptação à moto Honda com testes em Jerez, trabalhando a eletrônica e dando a Granado tempo para se adaptar à moto e conhecer a equipe apesar das difíceis condições.

Discutindo seu teste, Granado disse: “É muito bom estar de volta. Estou muito feliz com a oportunidade que a MIE Racing Honda me deu. Temos trabalhado nisso com a Honda por muitos anos, então foi bom estar de volta à moto. Infelizmente, o tempo estava muito ruim e não dei tantas voltas nem no seco. Foi apenas em condições de chuva. Foi bom conhecer a equipe e todas as pessoas que vão trabalhar comigo e se acostumar com a nova moto. É muito diferente do que tenho usado nos últimos anos; Eu estava em uma moto não oficial. A Superbike é muito diferente. Foi bom e estou realmente ansioso para o próximo teste. Estávamos trabalhando especialmente na parte eletrônica. Eles são novos para mim. As especificações para o WorldSBK são muito diferentes das especificações não oficiais, então preciso entrar nisso; o controle de tração que funciona de forma diferente em relação ao que estou usando. Também testei algumas coisas novas para me ajudar na parte traseira da moto, para ter mais aderência no molhado. Foi também para me habituar à moto e trabalhar com a equipe.”

Apesar do teste de Jerez ter durado três dias, o teste de Granado terminou depois de dois, o que sempre esteve no planejamento da equipe. Olhando para os testes no futuro, Granado explicou como a equipe receberá algumas atualizações na moto para o próximo ano, enquanto procura progredir em relação a 2022, quando marcou 13 pontos no total. Granado disse: “Tínhamos apenas dois dias. Esse era o plano da equipe, estávamos planejando fazer apenas dois dias. Aguardamos agora o novo upgrade da moto para o próximo ano que será, com certeza, melhor e mais competitivo.”

E Granado, obviamente tem os mesmo problemas da Honda oficial. Lembrando também, que ele terá uma moto semi-oficial.

Palavras de Granado nas redes sociais:

“Melhores momentos do meu 1º teste no @worldsbk com a @mieracingteam e minha nova Honda CBR1000RR-R Fireblade.. Mesmo que com pista molhada é sensacional escutar o ronco do motor desta moto 😍😍.

Quer ouvir o ronco? Assista o vídeo AQUI e prepare-se para se arrepiar com o ronco das mil cilindradas…