Um novo acordo está sendo finalizado para as categorias MotoGP, Moto2 e Moto3 substituindo a Michelin
Veja em vídeo:
Todos esperavam que a Michelin se manteria como fornecedora de pneus também a partir do novo conjunto técnico de regras a partir de 2027. Porém não vai rolar. Essa troca é o resultado de meses de discussões e negociações em que uma extensão de contrato que era aparentemente lógica com a Michelin porém se transformou em uma entrada inesperada da gigante de pneus da Itália, a Pirelli. A marca italiana se tornará a fornecedora oficial de pneus para a MotoGP a partir de 2027. Um novo contrato de cinco anos até 2031, atualmente finalizado, coincidindo com uma nova era para o esporte, à medida que novas motos e regulamentos técnicos de MotoGP estarão em vigor naquele ano.
A estratégia de ter um único fornecedor no paddock fornecerá a escada de desenvolvimento perfeita para os campeões de amanhã aprimorarem seu ofício a caminho do topo. Mais pormenores sobre as atribuições dos pneus e as especificações a serem fornecidas pela Pirelli serão anunciadas em breve.
Atualmente, a Pirelli fornece pneus para a Moto2, Moto3, Mundial Superbike e Supersport. Séries nacionais de alto escalão, como o Campeonato Britânico e os campeonatos na Itália e na Alemanha, também estão competindo exclusivamente com a Pirelli. Agora, sua presença no esporte se expandirá para o auge das corridas, o MotoGP e também MotoE, o Campeonato Mundial elétrico e ainda as classes juvenis do Campeonato do Mundo, como a Rookies Cup, a Asian Talent Cup ou a Copa do Norte da Europa..
E será um grande desafio para a Pirelli. Há quase dois anos para desenvolver pneus novos para o MotoGP. Considerando quanto tempo a Bridgestone levou para desenvolver os seus pneus, o período é muito apertado, pois os pneus para a MotoGP são protótipos também, destinados exclusivamente a 22 pilotos de MotoGP e às equipes de teste.
Resta saber como a Pirelli abordará esse desenvolvimento e em quais motocicletas ocorrerão as primeiras simulações. No ano de 2027, as motos de MotoGP serão diferentes das que estão agora disponíveis para o desenvolvimento dos protótipos. A Michelin permitirá que os pilotos de MotoGP testem os protótipos desenvolvidos pela Pirelli? Com que protótipos os engenheiros da Pirelli começarão a trabalhar? É óbvio que trabalhar com programas de simulação começará com o uso massivo da IA, mas em algum momento a teoria terá que ser colocada em prática.
A Michelin continuará a ser o fornecedor exclusivo para a MotoGP e a MotoE até ao final dos regulamentos técnicos em vigor, no final da temporada 2026. Nas próximas duas temporadas, a Michelin continuará a fornecer seu suporte técnico, seus produtos e tecnologia de classe mundial, garantindo a segurança, o desempenho e as corridas que tornam a MotoGP o esporte mais emocionante da Terra.
Como pioneira em corridas de motocicletas elétricas de classe mundial, a Michelin continuará comprometida com a MotoE ao longo de 2025 e 2026, continuando a inovar e a fabricar seus pneus – já com uma alta porcentagem de materiais renováveis e reciclados – ainda mais sustentáveis.
E o motivo principal dessa troca é simples: o fato de que o atual fornecedor Michelin não tem interesse na exigência de Dorna, a partir de 2027, para se tornar o único fornecedor para todas as categorias do Campeonato Mundial. A Pirelli, por outro lado, vê-se em posição de assumir o desafio e cobrir todas as categorias no paddock.
Ao mesmo tempo, é concebível que a decisão dos profissionais de marketing da MotoGP em favor da Pirelli signifique um forte revés para a Michelin. Não é segredo que o fabricante francês fez tudo para manter a sua presença no MotoGP e no MotoE para além do ano 2026. E com a Michelin fazendo as malas no final de 2026, isso será feito após 11 anos de equipamentos exclusivos da classe de corrida mais prestigiada do mundo sobre duas rodas. As corridas e seus ciclos. Primeiro foi a Bridgestone, depois a Michelin e o futuro estará sob o signo da Pirelli.
Se você não gosta das polêmicas da Michelin na MotoGP, tenho certeza que deve ter gostado dessa notícia. Tem também a questão da Pirelli ser a principal responsável pelas quebras de recordes de voltas rápidas que vemos na Moto2 e Moto3, portanto essa alteração poderá ajudar as motos de MotoGP, com motores menores, terem desempenho mais próximo as 1000 cilindradas atuais. Ou será que não veremos muita diferença mesmo assim? Deixa ai seu comentário.
FONTE: MotoGP e Speedweek
IMAGEM: MotoGP
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