O que o campeão do mundo poderá fazer na Aprilia?
Veja em vídeo:
Do lado tecnicamente superior da Ducati, tudo está sendo feito para aperfeiçoar ainda mais a Desmosedici em detalhes, para que a liderança atual possa ser mantida pelo menos até a introdução das novas regras para a campanha de 2027. A Ducati Corse deve ser ajudada pelo congelamento imposto do desenvolvimento dos protótipos. Se o feito for bem sucedido, os favoritos ao título serão rapidamente identificados, provavelmente, com Pecco Baganaia e Marc Marquez no mesmo box.
Fabio Di Giannantonio terá a outra Ducati do ano. Porém teremos, com certeza, três GP24 competitivas com Alex Marquez, Fermin Aldeguer e Franco Morbidelli.
E Aprilia? Após a contratação do campeão mundial Jorge Martin, que só aconteceu depois que os Reds não quiseram, ou melhor, quiseram optar por Marc Marquez, o diretor de corrida Massimo Rivola tem a bordo o piloto mais inteligente e rápido do ano passado.
E além de todas as normais incógnitas para Martin, ele não terá um companheiro de fábrica que já tenha tido experiência com a RS-GP. Marco Bezzecchi vem com a mesma falta de noção de Jorge Martin. Ambos os pilotos pilotaram exclusivamente a Ducati durante a sua carreira na MotoGP.
O único profissional da RS-GP nos serviços da Aprilia chama-se Raul Fernandez, que tem 24 anos de idade, e foi 16º lugar no Mundial de 2024 e atua na Trackhouse Racing. Os dois chefes de tripulação da era Vinales-Espargaro também se foram. Manuel Cazeaux já se mudou para a garagem Tech3 com o Vinales. Antonio Jimenez, confidente próximo e considerado por muitos como um mentor do RS-GP, uniu-se ao amigo e protegido Espargaro – a dupla já apoia o desenvolvimento do Honda RC 213V.
A mesma coisa faz com que outra figura-chave Romano Albesiano e, portanto, o técnico-chefe que treinou a moto de Noale na velocidade necessária também atracou na gigante Honda. Formalmente, a Aprilia proporcionou um bom substituto. Fabiano Sterlacchini já está no cargo. O italiano foi confidente próximo de Gigi Dall’Igna na Ducati Corse durante anos e mais recentemente trabalhou para o projeto dos austríacos. Um homem de topo que não tem qualquer experiência com o seu novo objeto de trabalho, a Aprilia.
Isso também pode ser dito de Daniele Romagnoli. Como chefe de equipe da Pramac, Romagnoli prestou ajuda crucial na conquista do título do Martinator e no juramento de lealdade. O italiano está agora ao lado de Martin em sua nova casa, a Aprilia e atualmente ainda está procurando as instruções de operação da RS-GP.
A situação inicial não é complicada simplesmente por causa do reinício do pessoal da equipe de fábrica da Aprilia. O fato é que no decorrer do campeonato e especialmente na sua reta final, a RS-GP não pôde mais ser encontrada no topo. A Aprilia teve que ficar claramente atrás da KTM no final da temporada e, portanto, é formalmente a terceira força entre os fabricantes. O melhor colocado foi Maverick Vinales com a posição 7 no Campeonato Mundial.
Após a brilhante dupla vitória de Viñales em Austin, ele comemorou a excelente tração de sua máquina la, a equipe afundou no meio-campo em alguns lugares. Fenômeno que nem os pilotos nem a equipe técnica conseguiram explicar.
Em resumo, o campeão mundial faz parte de um processo de reestruturação involuntária. O espanhol tem de apostar tudo nisso e esperar que os novos técnicos ao seu lado consigam tirar as conclusões certas.
Ao mesmo tempo, a situação também está tirando a pressão do campeão mundial, porque se Martinator não lutar por vitórias com Aprilia imediatamente, então os culpados serão rapidamente encontrados. Jorge Martin não tem muito a provar a si mesmo em 2025. Toda a constelação cria amortecedores argumentativos suficientes no caso de uma derrota desportiva. No entanto, isso só seria suportável se a equipe encontrasse seu caminho para a estrada vencedora por conta própria.
Se o milagre de Noale for bem-sucedido e Martin puder, também com seu talento, enfrentar seus oponentes de Bolonha, todos os novos atores poderão celebrar-se duas vezes. Se o projeto falhar a longo prazo, existe também um risco muito elevado de que a carreira do campeão mundial de MotoGP de 2024 seja esmagada pelos pilotos da Ducati não só ano que vem, mas também no outro.
A esperança já existe. Porque o primeiro dia de testes da recém-formada equipe Aprilia não foi um fiasco. Tanto Jorge Martin quanto Marco Bezzecchi completaram muitas voltas sem nenhum defeito acabando em 11º e 13º lugar após a estréia, um bom segundo atrás do melhor tempo. Isso pode ser muito lento para torcer a favor, porem rápido demais para amaldiçoar. É a conclusão não oficial que da para tirar após o primeiro teste.
Depois de considerar objetivamente a situação no box da Aprilia, as sérias preocupações dos torcedores de Jorge Martin sobre a capacidade de vitória de seu herói são muito justificadas. Porém vamos aguardar até o teste com todos os fabricantes em Sepang, em Fevereiro próximo. Ali teremos mais dados de medição para tirar uma boa conclusão.
E com relação a desigualdade do campeonato, com a Ducati a frente, temos uma notícia de que no sistema de concessões, tivemos todas as marcas piorando, com exceção da Ducati.
Classificação de concessões A significa que uma marca alcançou pelo menos 85% de todos os pontos. Se um fabricante coletar entre 60 e 85%, ele será classificado na categoria B. Entre 60 e 35% equivalem à classificação C e marcas com menos de 35% estão listadas como fabricantes D. Para compensar, recebem as maiores concessões em desenvolvimento técnico.
Anteriormente, tínhamos a Ducati já na ponta, com Aprilia e KTM ao meio e Honda e Yamaha nas últimas posições no quesito conceções. E agora, depois de avaliar a temporada de 2024, o perfil de desempenho na classe rainha mudou. Para antecipar a conclusão, a Ducati marcou mais pontos do que nunca, manifestando a sua posição como o único fabricante na categoria A. Todos os outros fabricantes perderam potência e caíram ainda mais nas suas fileiras.
Para a Honda e a Yamaha isto é irrelevante em termos de classificação, porque já estão no extremo mais baixo do grid. KTM e Aprillia perderam terreno em comparação com o número 1 de Bolonha. Na análise, a KTM coletou apenas 321 dos 374 metros anteriores. O percentual de – foi de 44,1%. Em outras palavras, os austríacos chegaram mais perto do rebaixamento de C para D do que da promoção para a liga B atualmente desocupada.
Mas as coisas parecem ainda mais problemáticas para a Aprilia como a quinta força do MotoGP. Mesmo as vitórias de Maverick Vinales (Sprint e GP Austin) e Aleix Espargaro (Sprint Barcelona) não puderam impedir uma regressão agora ameaçadora. No saldo intermediário, parecia que seria rebaixado para a classificação D antes do penúltimo evento. Somente com o sucesso de 8 pontos de Vinales na Em Philipp Island é que Aprilia saltou, ultrapassando a barreira dos 35%. No final, a equipe de Noale fez 302 pontos, o que corresponde a um resultado de 40,8 por cento.
FOTO: Gold and Goose
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