Os pesquisadores da Suíça conseguiram gerar espermatozoides de rato dentro de camundongos estéreis.
Eles esperam que o trabalho possa levar a salvar espécies ameaçadas de extinção, levando seus espermatozóides e cultivando-os dentro de outros animais. Também esperam usar essa técnica para estudo em doenças humanas.
Em pesquisas anteriores, os cientistas usaram uma técnica chamada complementação de blastocistos para criar órgãos de ratos em camundongos e embriões de camundongos mutantes que não podem produzir órgãos específicos usando células-tronco pluripotentes (PSCs), que podem se tornar qualquer outra célula do corpo.
O autor sênior do estudo atual Dr. Ori Bar-Nur da ETH Zurich e seus colegas queriam descobrir se era possível gerar esperma de rato dentro de camundongos que possuem uma mutação genética que os torna estéreis.
Ele disse: “Nosso estudo mostra que podemos usar animais estéreis como hospedeiros para a geração de espermatozóides de outras espécies animais. Além de um avanço conceitual, essa noção pode ser utilizada para produzir gametas de espécies animais ameaçadas de extinção dentro de animais mais prevalentes. Outras implicações podem envolver um método aprimorado para produzir modelos transgênicos de ratos para pesquisa biomédica”.
Publicando seu trabalho na revista Stem Cell Reports, os autores criaram as quimeras de rato injetando PSCs de rato em embriões de rato.
Um gene essencial para a produção de esperma foi mutado nos blastocistos do camundongo – um óvulo fertilizado que produz células rapidamente.
As células-tronco do rato se desenvolveram junto com as células do camundongo e criaram o animal quimérico composto por genes de ambas as espécies.
Como os camundongos tinham uma mutação genética que os tornava estéreis, as células dos ratos foram capazes de colonizar os testículos e criar espermatozóides de ratos, que poderiam fertilizar óvulos de ratos, embora os embriões não se desenvolvessem normalmente ou levassem a descendentes vivos.
Dr. Bar-Nur disse: “Ficamos surpresos com a relativa simplicidade pela qual pudemos misturar as duas espécies para produzir quimeras viáveis.
“Esses animais, em geral, pareciam saudáveis e se desenvolveram normalmente, embora carregassem células de camundongo e rato em um animal quimérico. A segunda surpresa foi que, de fato, todos os espermatozóides dentro das quimeras eram de origem de rato. Como tal, o ambiente hospedeiro do camundongo, que era estéril devido a uma mutação genética, ainda era capaz de suportar a produção eficiente de espermatozóides de uma espécie animal diferente”.
As células quiméricas de rato pareciam indistinguíveis das células normais de rato, mas levaram a uma fertilização significativamente menor em comparação com os espermatozoides produzidos em ratos normais.
Os pesquisadores esperam que o trabalho acelere a produção de ratos transgênicos para que possam ser usados em estudos de doenças humanas.
Eles também pretendem produzir animais vivos a partir de quimeras de ratos e, eventualmente, esperam adaptar a técnica para salvar animais ameaçados de extinção.
Dr. Bar-Nur acrescentou: “Precisaremos melhorar a técnica e demonstrar que o esperma de rato produzido em camundongos pode dar origem a ratos adultos ao fertilizar óvulos de rato.
“Na medida em que conseguirmos obter células-tronco de um roedor ameaçado de extinção, que em algum momento pode ser extinto, poderemos empregar o mesmo método para produzir suas células germinativas por meio da produção de quimeras com camundongos. No entanto, é importante notar que vários obstáculos científicos precisarão ser superados para adaptar essa técnica a outras espécies animais. Além disso, ainda é preciso mostrar a produção de células reprodutivas femininas em camundongos estéreis, especialmente se pretendermos utilizar essa tecnologia para esforços de conservação de espécies”.
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