O projeto é ambicioso e está programado para breve
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Conectar continentes separados por oceanos por meio de um trem-bala submarino é um dos sonhos mais audaciosos da engenharia moderna. A perspectiva de viajar 1.000 km a velocidades de 800 km/h sob o mar promete revolucionar o transporte global, o comércio e a integração entre as nações. Mas vai acontecer? É viável?
O projeto encontra-se atualmente em fase de estudo de viabilidade, conduzido pela SECEGSA, da Espanha e pela SNED, do Marrocos, com uma data de conclusão mais realista, prevista para aproximadamente o ano de 2040. Anteriormente foi proposto estar pronta para a Copa do Mundo de futebol de 2030, porém essa idéia foi abandonada. Muitos consideram a década de 2040 uma meta mais realista para Gibraltar, se os desafios forem superados. A tecnologia proposta envolve um sistema de trem de alta velocidade (HST) para pessoas e carga, operando a 200-250 km/h, em dois túneis ferroviários principais e o outro túnel para manutenção. A ligação teria cerca de 40 km de extensão total, com 28-30 km submarinos, atingindo profundidades de até 475 metros. Os principais desafios são a geologia complexa da região de Soleira de Camarinal, com solos instáveis, atividade tectônica e os altos custos, estimados entre 6 e 15 bilhões de euros, podendo chegar a 25 bilhões de euros.
E este projeto não é o único. Outros projetos de trem-bala submarino são ainda mais ambiciosos. O Túnel Transatlântico, frequentemente associado ao Hyperloop, por exemplo, entre Londres e Nova York, que deverá ter cerca de 5.500 km de extensão, atingir velocidades superiores a 4.800 km/h e custar a quantia astronômica de aproximadamente 20 trilhões de dólares, sendo considerado altamente teórico. A Travessia do Estreito de Bering, ligando a Ásia e a América do Norte, entre a Rússia e o Alasca, teria cerca de 80-90 km de extensão, mas enfrenta imensos desafios geopolíticos, ambientais e de custos de infraestrutura em regiões remotas. Há uma clara diferença de viabilidade entre esses conceitos e o projeto de Gibraltar.
A ideia não é nova, o plano surgiu em 1979 com um acordo bilateral, mas ganhou tração recente com novos estudos de viabilidade conduzidos pelos dois países citados. Especialistas em engenharia e infraestrutura reconhecem o potencial transformador de projetos como o túnel do Estreito de Gibraltar. No entanto, há cautela significativa quanto a cronogramas e custos, especialmente considerando os obstáculos técnicos e geológicos.
E também temos a nossa versão de Hyperloop brasileiro, como por exemplo o projeto que pretende ligar a capital gaucha Porto Alegre a Caxias do Sul em 20 minutos, passando por Gramado e Novo Hamburgo. A distância entre as duas cidades é de mais de 120 Km, e de carro, leva mais de duas horas para ser feita. Porém no caso desse projeto gaucho, já se passaram quase três anos da apresentação ao governo do Estado do Rio Grande do Sul e o mesmo permanece ainda cercado de incertezas. Além do alto custo, há questões envolvendo o desenvolvimento da própria tecnologia e mudanças recentes neste mercado, ainda desconhecido até mesmo para os conglomerados econômicos que se aventuram nele. A esperança de tornar realidade a construção do primeiro sistema de transporte por cápsulas de altíssima velocidade da América Latina em solo gaúcho nasceu em 19 de janeiro de 2021, pelas mãos da empresa francesa Hyperloop Transportation Technologies (HyperloopTT). E na época da apresentação dessa idéia gerou bastante interesse, e de acordo com declarações do diretor da HyperloopTT na América Latina, Ricardo Penzin, o interesse do grupo francês no projeto gaúcho está mantido, apesar de reviravoltas do mercado. O Brasil é visto como estratégico e, por isso, foi escolhido para ser o primeiro projeto do conglomerado europeu na América Latina. A HyperloopTT já assinou acordos nos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, França, Alemanha, Índia, China, Coreia do Sul, Indonésia, Eslováquia, República Tcheca e Ucrânia.
Como você viu, os custos são enormes e as dificuldades também. Porém na história humana sempre foi assim. Primeiro vem o sonho e depois, se for possível fazer, torna-se realidade. E nesse caso, já passou da fase do sonho.
IMAGEM: Montagem/clickpetroleoegas
FONTE: Clickpetroleoegas e CorreiodoPovo
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