O fotógrafo Eli Martinez fez um registro notável da vida selvagem: uma sucuri imóvel fazendo digestão e outra nadando ao seu lado
Veja em vídeo:
Em visita ao rio Formoso, localizado em Bonito, Mato Grosso do Sul, o fotógrafo Eli Martinez fez um registro raro e notável da vida animal: uma impressionante sucuri descansando no rio enquanto faz a digestão. Conhecidas por seu tamanho e comportamento, essas serpentes atraem a atenção de muitos cientistas e entusiastas da natureza, além é claro de muitos curiosos. A fotografia feita por Martinez viralizou nas redes sociais, e não poderia ser diferente. Na legenda, ele escreveu: “Sucuri verde descansando à beira do rio Formoso digerindo sua grande refeição de capivara. A primeira foto que tirei e a segunda e terceira fotos são da perspectiva do meu amigo @danieldegranville do alto de mim capturando imagens. A cobra passará o próximo mês digerindo sua refeição. Esta foi a segunda semana de digestão da comida. É impressionante o tamanho que suas barrigas podem esticar para comer presas de grande porte. #anaconda“
Segundo o fotógrafo, a experiência de estar nas proximidades de uma sucuri foi única. Observou que o animal havia se alimentado recentemente, inclusive vemos isso muito bem nas fotos, e estava em estado de repouso, economizando energia para a digestão, comportamento esse que é natural das cobras. Ela, aparentemente, não se incomodou com a presença da equipe de filmagem, continuando a descansar na margem do rio.
E haja coragem. Em outro momento alguns meses depois, ainda no Brasil desta vez no Amazonas, ele nada ao lado de outra cobra. E desta vez ela não estava alimentada, mostrando a coragem dele. Ele explica na legenda o porque do uso de material de mergulho mesmo em águas não profundas e não demonstra nenhum medo em fazer o seu trabalho que para nós parece bem perigoso: “Tive que postar um dos meus clipes favoritos nadando com essa anaconda. É claro que sempre me perguntam por que uso equipamento de mergulho em águas tão rasas. Começamos em águas profundas e a cobra nadou até uma parte rasa do rio. Setembro não pode chegar rápido o suficiente. Estou animado para voltar lá para vê-los novamente!” Escreveu ele.
Que bacana isso, de ter todo esse amor com a natureza. Não entendo de cobras, mas achei perigoso. O que você acha disso? Você teria coragem? Eu não. Veja AQUI
Como ela digerem animais tão grandes?
Estes animais digerem suas refeições através de um processo muito diferente do de outros animais. Mas, como essas cobras são tão grandes, suas presas são muitas vezes grandes também. O processo digestivo começa com a maneira única como as cobras engolem suas presas muitas vezes grandes e termina da mesma forma que com outros animais, com a presa digerida.
Capturando presas
Vamos dar uma olhada em como elas capturam e comem seus alimentos e entender o sistema digestivo das grande cobras. A anaconda, por exemplo, é um predador grande e poderoso com dentes afiados e voltados para trás que impedem que sua presa se contorça e se livre. A cobra enrola-se firmemente em torno de sua presa, aumentando seu aperto ao redor do animal enquanto o animal sufoca e seus ossos quebram. A cobra então anda com as mandíbulas sobre sua presa, trabalhando o animal pelo esôfago. Como outras cobras, as mandíbulas inferiores da anaconda não se fundem, permitindo que elas se movam independentemente umas das outras e se estiquem, trabalhando em torno de presas que muitas vezes são muito maiores do que a cabeça da anaconda.
Engolindo a presa
O primeiro passo na digestão é levar a comida para o estômago. Como a anaconda não mastiga sua comida, a deglutição é muito diferente do que em muitos outros vertebrados. Dentro da boca da anaconda estão várias glândulas salivares. Essas glândulas umedecem o alimento para ajudar a grande cobra a engolir presas grandes. Também dentro da boca é grande a abertura para o seu esôfago. Ao contrário de muitos outros vertebrados, a anaconda tem dois movimentos de deglutição. O primeiro é como o de outros animais: os músculos do esôfago se apertam e forçam a presa para baixo. O segundo depende da coluna e do corpo: a coluna vertebral e o corpo se dobram e fazem as costelas da anaconda empurrarem contra a comida. Se você assistisse a uma anaconda no jantar, pareceria que a cobra está rastejando seu corpo sobre sua comida. A cobra continua esses dois movimentos de deglutição até que a comida tenha atingido seu estômago, que às vezes é mais longe da metade do corpo, incrível.
O estômago e os intestinos
O estômago da anaconda produz enzimas poderosas e sucos gástricos que lentamente começam a digerir o animal. O intestino delgado, que é dividido em três regiões distintas, continua a digerir o alimento uma vez que passou do estômago da anaconda; o fígado e o pâncreas excretam e secretam enzimas poderosas para o intestino delgado para ajudar no processo digestivo. Os nutrientes da refeição são absorvidos no intestino delgado. A comida então passa para o intestino grosso, onde o corpo da anaconda começa a processar o material residual da refeição.
Fatores que afetam a digestão
Uma vez que a anaconda devorou sua refeição, ela precisa encontrar um lugar seguro para digeri-la. O peso da refeição no estômago da cobra dificulta a mudança, de modo que seu corpo gasta muita energia para digerir grandes refeições. O processo de digestão pode levar de vários dias a várias semanas, dependendo da temperatura e do tamanho da refeição. Como as anacondas são de sangue quente, elas exigem um lugar quente para acelerar seus metabolismos. Uma cobra fria tem dificuldade em digerir os alimentos.
Agora que você conhece todo esse sistema, vai o conselho: não faça igual o Martinez, fique longe delas.
IMAGEM: Instagram/@sdmdiving
FONTE: animals.mom.com
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