Além de incrível, o mel é um alimento duradouro ao extremo
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A realeza egípcia antiga era frequentemente enterrada com objetos que acreditavam serem necessários para uma transição harmoniosa para a vida após a morte. Itens como joias e jogos eram comuns em seus túmulos, assim como itens básicos do dia a dia, como roupas e alimentos. E embora seja de se esperar que qualquer alimento antigo se decomponha além do ponto de reconhecimento, arqueólogos descobriram potes de mel de 3.000 anos que estavam, surpreendentemente, intactos e ainda comestíveis.
A extraordinária durabilidade do mel é resultado de vários fatores. Seu baixo teor de água e altos níveis de açúcar criam um ambiente inóspito ao crescimento bacteriano, e ele também contém traços de peróxido de hidrogênio, que atua como um inibidor microbiano natural. Enquanto outros alimentos com composição de açúcar semelhante tendem a estragar mais rápido, o mel deve sua resiliência a alquimistas sofisticados: as abelhas usam suas asas que batem rapidamente para evaporar a maior parte da água do mel, e uma enzima em seus estômagos contribui para a propriedade antibacteriana única do mel. Os egípcios foram alguns dos primeiros apicultores organizados conhecidos e, além de enviar mel para a próxima vida com os mortos, também ofereciam a substância doce às suas divindades.
O mel tem uma grande importância para civilizações antigas como Egito, Mesopotâmia e Suméria. O produto natural já era utilizado há mais de 8 mil anos. O mel não era apenas um alimento no Egito Antigo, ele também tinha funções medicinais e religiosas. Pinturas em relevos datadas do século III a.C mostram trabalhadores egípcios coletando mel de colmeias. Há registros históricos de que Ramsés III ofereceu 21 mil jarros de mel ao deus Hapi, divindade ligada ao rio Nilo.
A presença do mel em tumbas reais indica que ele também era considerado um bem valioso para a vida após a morte, muitas vezes incluído nos sepultamentos como fonte de alimento no além.
O uso do mel remonta a mais de 8 mil anos. A evidência mais antiga está nas pinturas rupestres da caverna de La Araña, em Valência, na Espanha. A arte rupestre mostra uma figura humana pendurada em cipós tentando alcançar uma colmeia para coletar mel silvestre, retratando a prática de apicultura primitiva. Na Mesopotâmia, uma tábua de argila com 4 mil anos, encontrada na antiga cidade suméria de Nippur, traz uma receita medicinal com mel, azeite, água e óleo de cedro, usada no tratamento de feridas. Já na tradição cristã, o mel também aparece como parte da dieta de João Batista, mencionado no Novo Testamento. E até em campanhas militares, como a do general cartaginês Aníbal, o mel foi utilizado para alimentar tropas durante a travessia dos Alpes rumo ao Império Romano.
Embora o mel encontrado em tumba egípcia tenha 3 mil anos, o mel mais antigo do mundo foi identificado na Geórgia, em um túmulo próximo à aldeia de Sakire, datado de aproximadamente 5.500 anos. No local, arqueólogos encontraram vasos de cerâmica contendo restos de mel e flores, o que sugere que o alimento era oferecido como provisão para a vida após a morte. Essa descoberta é 2.500 anos mais antiga do que o mel encontrado na famosa tumba do faraó Tutancâmon, escavada em 1922. Mas claro que o mel é muito mais antigo. Pinturas rupestres da Espanha datadas de 7000 a.C. mostram os primeiros registros de apicultura, mas fósseis de mel de abelha datam de cerca de 150 milhões de anos! Suas propriedades “mágicas” e versatilidade deram ao mel um papel importante na história.
Essas descobertas demonstram que o mel é mais do que um simples alimento — ele é um testemunho da inteligência e do conhecimento dos povos antigos. Sua presença em diferentes civilizações, da Europa à Ásia, passando pelo norte da África e Oriente Médio, revela um legado milenar de uso medicinal, ritualístico e nutricional. Além de ser uma fonte natural de energia e antioxidantes, o mel é símbolo de pureza, preservação e conexão com a natureza. Sua resistência ao tempo impressiona e reforça seu valor como um dos alimentos mais completos e duráveis da humanidade.
Como as abelhas eram consideradas por muitos povos dotadas de poderes especiais, elas eram frequentemente usadas como emblemas. Veja alguns exemplos:
- O Papa Urbano VIII usou a abelha como seu emblema.
- A abelha era o sinal do rei do Egito durante a primeira dinastia (3.200 a.C.).
- No século III a.C., a abelha era o emblema usado em moedas na cidade grega de Éfeso.
- A abelha era um símbolo da deusa Ártemis.
- A abelha era o emblema de Eros/Cupido
FONTES: clickpetroleoegas, meli e historyfacts
IMAGEM: Meli
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