MOTOGP: Os pilotos pensam no risco que é correr?

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Certamente sim, principalmente quando não se é mais tão jovem.

Hoje quero falar desse assunto, citando o exemplo do Aleix Espargaró, que a pouco anunciou sua aposentadoria e trouxe palavras impactantes sobre esse assunto. E como fazer para simplesmente deixar de lado toda essa droga viciante chamada adrenalina?

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Maiores riscos, maior pressão, maior calendário. Não admira que Aleix Espargaró diga que o dia em que anunciou a sua aposentadoria da MotoGP foi um dos melhores da sua vida.

Todo motociclista esportivo sonha em estar lá. Eu gostaria e você? Se amanhã me dissessem, Ariel, venha correr na próxima etapa. Eu faria as mala e iria. E você? Deixe seu comentário. Mas para quem lá está, chega uma hora, sempre chega, em que eles pensam: chega da pressão, do incômodo, chega do risco, dos ferimentos, do bisturi do cirurgião, dos analgésicos, chega dos jornalistas, das viagens e tudo mais. Esse dia chegou para Aleix Espargaró que recentemente anunciou sua aposentadoria das corridas. Na verdade, a experiência do espanhol de 34 anos foi tomada em duas cituações específicas.

A primeira vez que isso aconteceu para Aleix foi quando ele estava prestes a viajar de sua casa em Andorra para os EUA para o Grande Prêmio das Américas de 2024, seu 324º evento no campeonato mundial: “Quero ficar mais em casa e não quero mais correr esses riscos. Quando estava fazendo as malas para ir para a corrida na América comecei a ter dificuldades, comecei a sentir que preferia ficar em casa com os meus filhos do que correr. E em um trabalho como o meu, se você se sentir 1% assim, não poderá competir.

O que Espargaró sentiu há algumas semanas não é novidade nas corridas. Há alguns anos, o jornalista Mat Oxley entrevistou o tetracampeão de MotoGP Eddie Lawson, hoje com 66 anos de idade, sentado em sua casa em Lake Havasu, Arizona. O californiano correu em tempo integral nos Grandes Prêmios de 1983 até o final de 1992, mas ele esteve muito perto de encerrar as atividades muito antes disso: “Eu odiava muito viajar. Eu ficava sentado em casa pensando em ir para a Europa e dizia: ‘Não consigo sair da cadeira para ir’. Eu disse a Gary [Howard, chefe da International Racers Inc, gerentes de Lawson, ‘King’ Kenny Roberts, Wayne Rainey, John Kocinski, Nicky Hayden e outros], ‘Não posso mais fazer isso, estou tão esgotado’. “Ele disse: ‘O que posso fazer para tornar isso mais fácil para você?’. Eu disse: ‘Viajar está me matando, eu voo da Europa para o aeroporto de Los Angeles, depois levo uma hora na alfândega e três horas de carro para casa no trânsito’. Então, eles me arranjaram um helicóptero para me levar da [área VIP do] LAX até a minha garagem. Quando você é jovem, viajar é bom, mas eu tinha dez anos de experiência fazendo cinquenta vôos internacionais por ano. Eu já estava farto.

Isso que quando Lawson corria em GPs, geralmente havia 13 ou 14 corridas por ano, pouco mais da metade do calendário proposto de 22 rodadas para este ano. O estilo de vida sempre com as malas de viagem está afetando muitas pessoas do paddock de hoje, não apenas Espargaró, de 34 anos, pai de dois filhos, mas também mecânicos e outros membros da equipe.

Outro momento de reflexão para Espargaró aconteceu em Jerez também neste ano, quando caiu na sprint. Não foi um acidente terrível ou prejudicial, apenas uma queda habitual, normal na MotoGP. Porém bater no chão a 130 km/h, cair e rolar no cascalho é algo que começa a mudar quando você vai envelhecendo: “Depois que liguei para minha esposa e disse: ‘Laura, isso é o fim’. Tem sido uma boa jornada, mas quero ficar mais em casa e não quero mais correr esses riscos… É um grande, grande, grande alívio. A família e a MotoGP não são realmente compatíveis e o risco agora é uma loucura – é muito elevado, especialmente porque tudo está muito próximo, muito apertado. E para ser um piloto de fábrica você faz muito desenvolvimento, muito marketing, então quando você vai para a cama nas noites de sábado nas corridas você fica destruído e ainda tem que correr amanhã. É mais fácil para rapazes de 20 ou 25 anos do que para rapazes de 34 anos!

Os melhores pilotos estão na MotoGP, e certamente todos eles têm uma capacidade sobre-humana de se concentrar no que estão fazendo, de ignorar coisas que corroeriam as mentes de meros mortais não treinados. Isso é o que os pilotos chamam de estar na zona e os psicólogos chamam de estado de fluxo ou funcionamento ideal. É quando o seu subconsciente substitui o seu consciente e é uma sensação estranha, como uma experiência fora do corpo. Tudo parece desacelerar e ainda assim você está andando mais rápido do que nunca. Você não pensa, simplesmente faz as coisas que tem que fazer: “Há um momento em que estamos no limite e não sabemos se estamos aqui ou na China. Você está focado, totalmente focado, então quando você pega a moto na última curva você percebe que está em seu circuito doméstico e que está vencendo a corrida.

A MotoGP não é tão perigosa hoje como era há meio século, mas a taxa de mortalidade aumentou nos últimos anos, com quatro mortes na última década e meia. E por mais seguro que a MotoGP possa ser agora, viajar a 350 km/h numa moto, com rivais à sua esquerda e rivais à sua direita, nunca será nada menos que perigoso, seja no FP1 ou no dia da corrida. O que, claro, é uma das razões pelas quais alguns de nós adoramos tudo isso.

Você pode pensar que Jorge Martin e Marc Márquez são máquinas de vencer corridas (e você está certo), mas ambos foram às lágrimas quando ouviram as palavras de aposentadoria de Espargaró. Era um pouco como se eles estivessem perdendo um tio muito querido. Nessa hora a parte humana aflora e fica incontrolável.

Como dito antes, apenas fazer por instinto sem pensar é algo óbvio para qualquer piloto de ponta. E isso deixa você sempre a merce de um acidente, e estando em uma moto, o risco é de vida, sempre. Mas claro que isso faz parte, quem quer estar lá se submete a isso. Mas fatalmente, grandes ídolos um dia dirão: vou parar. No começo da carreira, a adrenalina, a vontade de lá estar, a diversão e tudo mais substitui qualquer sentimento como medo ou prudência. Mas com o tempo, tudo muda, é assim na nossa vida também. Nossa vida que é bem mais simples nesses questitos que comentamos aqui, do que obviamente é para estes pilotos de ponta, estes pilotos que nos trazem sempre muito das emoções que tanto adoramos.

E por falar em adrenalina, sabemos que isso vicia. Espargaró diz que a sua vida vai melhorar quando deixar o paddock de Valência com a família em Novembro. Ele provavelmente está certo, mas sua transição de piloto profissional para homem de família em tempo integral pode não ser tão fácil quanto ele espera. Os motociclistas podem não gostar de falar sobre isso, mas são viciados em adrenalina, vivendo suas vidas consumindo a maior droga conhecida pela humanidade.

Como você desce de uma altura dessas? Como você abandona esse hábito? Muitos ex-esportistas ficam até doentes, depressivos. Temos vários exemplos. Alguns pilotos aposentados realmente lutam contra isso de a vida de repente parecer cinzenta e vazia. O impulso que os tirou da cama nas últimas duas décadas desapareceu. Então qual é o objetivo de viver?

De alguma forma, você precisa conseguir se acostumar com isso. Alguns ex-pilotos fazem isso ficando o mais longe possível das corridas, como viciados em drogas reformados que deixam a cidade para fugir de seus amigos drogados. E então eles retornam quando sentem que largaram totalmente o hábito. Outros mergulham em diferentes áreas do esporte, então ainda sentem emoções, mas as obtêm indiretamente: técnico, gerente de pilotos, treinador de pilotos ou comentarista de TV. Certamente muitos dias de Track Day também vem para eles. Cada um escolhe seu caminho e pelas escolhas colherá os frutos, sejam positivos ou negativos. Mas certamente nem todos estarão preparados para esse vazio, pois não será igual.

Sem dúvida que Espargaró irá exorcizar os seus demônios das corridas acumulando quilômetros nas suas motos, fazendo alguns testes para a Honda (ou outra no futuro) e talvez uma ou duas entradas wild card na MotoGP. Tudo isso é o pára-quedas de um piloto que estava no topo.

E você, o que acha disso tudo? Deixa o seu comentário.

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