O dia em que os filhos do piloto derrubaram um avião matando 75 pessoas

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Este bizarro acidente faz parte da história da aviação

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Hoje vamos recordar aqui no canal essa história terrível que causou uma tragédia, porém tragédias assim servem também para tornar a aviação sempre o mais segura possível. Mais de trinta anos atrás, em 23 de março de 1994, um trágico e bizarro acidente envolveu um Airbus A310 da Aeroflot com 75 pessoas a bordo, o voo Aeroflot 593. A principal razão do acidente foi que o piloto permitiu que seus filhos entrassem na cabine durante o voo. A tradicional companhia aérea russa Aeroflot operou voos semanais entre Moscou e Hong Kong. O voo 593 veio do Aeroporto Internacional Sheremetyevo e estava sediado no Aeroporto Internacional Kai Tak.

Novo na década de 1990, o Airbus A310 foi introduzido na frota da empresa em meados de 1992. Com capacidade para 185 passageiros, a nova aeronave europeia foi a aposta da Aeroflot para voos internacionais. A configuração foi dividida em três classes: 12 passageiros em Primeira Classe, 35 em Negócios e 138 na classe Economia.

Aproximadamente 63 passageiros estavam a bordo deste voo, incluindo 40 cidadãos russos, 23 passageiros de outras nacionalidades e uma tripulação de 12, três pilotos e nove comissários de bordo. Naquele dia, o piloto Yaroslav Kudrinsky foi chamado para substituir um dos pilotos. E junto com ele neste voo de Moscou para Hong Kong estavam os dois filhos dele, Eldar, de 15 anos, e Yana, de 12.

Já sobrevoando a Sibéria, o Airbus A310 continuou sua jornada para Hong Kong, e as crianças do piloto Yaroslav foram visitar a cabine do pai piloto do Airbus. Tanto Eldar quanto Yana estavam sentados na cadeira de seu pai a uma altitude de cruzeiro em torno de 40 mil pés, ou 12 mil metros.

O pai ativou o piloto automático da aeronave e, em seguida, pediu a sua filha mais nova para se sentar no seu lugar. Depois disso, ele a incentivou a movimentar o manche da aeronave. Yana simulou uma curva com a aeronave e, depois disso, Eldar, de 15 anos, realizou a mesma manobra. O movimento de Yana não causou nenhum problema, no entanto, quando Eldar sentou-se ali também e fez o mesmo movimento, o filho mais velho de 15 anos os realizou com mais força, e pareceu ser mais um movimento inofensivo. Mas não era.

Aplicando mais força à aeronave, o piloto automático foi desativado e o controle foi parcialmente passado para o filho do comandante, sem o comandante perceber. Com isso, Eldar, eventualmente, inclinou a aeronave da Aeroflot para a direita, disparando alarmes na cabine.

Os dois pilotos não perceberam o que estava acontecendo no momento e a aeronave continuou a se inclinar para a direita. Por ser um avião novo na empresa aérea, os pilotos não estavam muito habituados a ele. Depois de alguns segundos, a inclinação já estava em 45o e logo após 90o. Naquela momento, já em uma descida íngreme e de alta velocidade, a aeronave perdeu força e iniciou uma descida muito brutal e causando uma força G que tornou difícil para os pilotos fazerem algo para evitar a tragédia anunciada.

Nesse sentido, os pilotos lutaram e conseguiram recuperar o controle da aeronave, mesmo com vários objetos voando em direção a eles e eles também colados no assento, devido a força G. O co-piloto, num esforço desesperado, conseguiu tirar a aeronave da queda. Mas ao realizar a manobra para fazê-la subir, fez com que a mesma perdesse sustentação e iniciasse um violento mergulho em parafuso, fazendo a aeronave cair e se chocar com o solo. O Airbus A310 caiu sobre a floresta de Kuznetsk Alatau, na Sibéria, matando os 75 ocupantes da aeronave.

Após a falta de comunicação do voo 593, o ATC (Controle de tráfego aéreo) de Novokuznetsk mobilizou as primeiras equipes de resgate duas horas depois do desaparecimento daquele voo. As autoridades russas mobilizariam uma operação de busca e salvamento composta de 238 homens, 4 aviões e 3 helicópteros. Porém, o mau tempo (nevasca) e o local da queda, de difícil acesso, acabaram atrasando o resgate dos corpos e destroços, que posteriormente acabou ocorrendo.

Inicialmente, a tragédia foi tratada como com causa indeterminada, com suspeita de atentado terrorista e/ou despressurização da cabine, porém com a recuperação das caixas-pretas da aeronave, os fatos foram esclarecidos. Por um tempo, a empresa permaneceu em silêncio, tentando “silenciar” o fato de que os filhos do comandante estavam na cabine. Em última análise, a investigação concluiu que o fato de as crianças do Comandante Yaroslav estarem no cockpit foi o fator principal que causou este trágico acidente, mas não o único. Além desse fato importante, houve falta de treinamento específico e intensificado para ambos os pilotos. As aeronaves russas anteriormente operadas pela Aeroflot possuíam alarmes sonoros para informar o desligamento total do piloto automático, mas não para informar o desligamento parcial do mesmo. A tripulação russa não foi instruída quanto à possibilidade de desligamento parcial do piloto automático, de forma que demoraria a entender o que estava ocorrendo com a aeronave.

Transcrição dos últimos minutos na cabine

Eldar (filho de Kudrinsky): Por que ele está virando?
Kudrinsky (comandante): Está virando sozinho?
Eldar: Sim…
Kudrinsky: Eu não sei por que ele está virando.
Eldar: Será que ele está saindo do curso?
Piskarev (co-piloto): Estamos entrando em movimentação circular.
Kudrinsky: Sério?
Piskarev: Com certeza.
Makarov: Rapazes…

O avião entra em um ângulo de inclinação de 45°. A força G aumenta fazendo com que Kudrinsky encontre dificuldades para voltar ao seu assento:

Kudrinsky: Segura, segura o manche, segura.
Makarov: A velocidade…
Piskarev: O outro jeito!
Kudrinsky: Do outro jeito, vire a esquerda.
Piskarev: Esquerda!
Kudrinsky: Esquerda… do outro jeito!
Piskarev: Esquerda!
Eldar: Estou virando para a esquerda…
Piskarev: Para a direita!
Kudrinsky: À direita
Piskarev: Você não pode ver, ou o quê?

Neste momento os dois tripulantes ainda não haviam conseguido retornar aos seus assentos e tentavam em vão instruir Eldar de forma confusa e desesperada. Os alarmes de perda de altitude, desligamento total do piloto automático e de excesso de velocidade começaram a soar conjuntamente:

Piskarev: Vire à direita. Vire à direita! Vire à direita!
Kudrinsky: DIREITA!
Piskarev: Esquerda! Lá está o chão!
Kudrinsky: Eldar, sai daí… desce daí… desce daí Eldar.
Piskarev: Manetes em idle! (Idle é uma redução da potência dos motores).

O co-piloto consegue assumir a aeronave e tirá-la da posição de mergulho, porém, ainda atordoado, exagera ao puxar o manche. A aeronave então começa a subir quase que verticalmente com o nariz empinado. Kudrinsky ainda encontrava dificuldades para voltar a sua poltrona. Desesperado, grita sem parar para o filho sair de seu assento.

Kudrinsky: Eldar, saia! Saia, Eldar, saia… saia, Eldar, saia, saia… saia… [ofegante] saia! Eu disse para sair!
Piskarev: Potência máxima! Potência máxima! Potência máxima!

Kudrinsky consegue retornar aos controles do avião.

Kudrinsky: Está em potência máxima, entendi.
Piskarev: Potência máxima!
Kudrinsky: Entendi.
Piskarev: Potência máxima.
Kudrinsky: Eu dei-lhe potência máxima.
Piskarev: Qual é a velocidade?
Kudrinsky: [ofegante] Força total!
Piskarev: A velocidade está muito alta.
Kudrinsky: Alta, né?
Piskarev: Sim, não é?
Kudrinsky: Eu desliguei…
Piskarev: Estamos saindo, estamos saindo! Direita! Para a direita! A velocidade está alta, reduza a potência.
Kudrinsky: Feito.
Piskarev: Devagar! Droga, de novo não…
Kudrinsky: Não vire para a direita, a velocidade [trecho não entendível]
Piskarev: [trecho não entendível]
Kudrinsky: Nós vamos sair em um segundo. Tudo está bem. Delicadamente… Delicadamente. Puxe delicadamente.
Na sequência ouve-se o som do impacto, e é o fim da gravação.

Assim, como normalmente acontece em acidentes aéreos, não foi uma única causa que levou à perda do Aeroflot 593 e das vidas que lá dentro estavam. O acidente é um resultado trágico de uma combinação de fatores que levaram ao ocorrido.

O ponto positivo, se é que dá para chamar assim, é que o acidente fez com que normas rígidas fossem instaladas no mundo todo, com relação a proibição de pessoas não autorizadas na cabine dos pilotos. Além disso, foi introduzido alarmes também para o caso de desligamento parcial do piloto automático. Na aviação sempre funciona assim: depois de um acidente, as causas são minuciosamente analisadas depois de descobertas, para justamente servirem de molde para nunca mais se repetirem, o que ajuda e muito a evitar novas catástrofes pelo mesmo motivo.

E que bom que nesse caso as caixas-pretas foram localizadas e foram cruciais para entender o motivo dessa tragédia.

IMAGEM: Blog sobre desastres aéreos

FONTE: Aeroflap

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