A Ferrari apareceu em Miami com um novo assoalho e um compromisso total com a asa traseira de pylon único que eles haviam seguido em corridas anteriores. O piso faz parte de uma atualização que será totalmente concretizada em Ímola com a parte superior da carroceria revisada. O engenheiro de desempenho sênior da equipe, Jock Clear, disse que a atualização serve para “tornar o carro mais benigno e previsível nas curvas de média e alta velocidade”.
Esse desenvolvimento foi desencadeado pelo feedback de Charles Leclerc e Carlos Sainz das duas primeiras corridas de que o carro estava muito alto na forma como entregava seu downforce, tornando-o imprevisível nas curvas mais rápidas.
E o assoalho desempenha um papel muito importante na Fórmula1 atual.
E com a atual geração de carros de efeito solo com tunelamento venturi, é possível redistribuir as pressões sob o assoalho para melhorar a consistência da aerodinâmica.
Há três elementos básicos nesse processo de ajuste:
- As cercas de piso que formam a entrada dos túneis.
- As bordas moldadas do piso que, ao criar vórtices, ajudam a selar aerodinamicamente o assoalho, maximizando assim a diferença de pressão entre o ar sobre o corpo e o que está embaixo.
- A forma da “canoa” – a seção plana do piso entre os dois túneis, cujas bordas definem a largura dos túneis ao longo de seu comprimento. Foi apelidada de canoa por causa de sua forma geral de canoa fina em forma de lágrima na vista do plano. Embora à medida que vão sendo desenvolvidos tendam a afastar-se dessa forma.
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Bordas do piso
O ar que flui através dos túneis é ainda mais acelerado pelas formas das bordas do piso que viajam o fluxo de ar exterior em vórtices – círculos de ar de rotação rápida que viajam pelas bordas externas do túnel, acelerando o ar adjacente que flui por lá e, assim, trabalhando mais o piso inferior.
Quanto mais rápido ele flui, mais downforce é criado. Mas há um limite para o quanto ele pode ser energizado com apenas um único recorte de piso permitido dentro de uma área definida.
A Ferrari incluiu uma seção dianteira mais encapuzada da borda do assoalho e isso afetará a potência e a direção dos vórtices.
Seção de canoa
Como há uma limitação nas dimensões dos recortes das bordas do piso, os vórtices podem não ser tão potentes quanto necessário ou direcionados para a parte desejada do túnel. Uma das ferramentas dos aerodinamicistas para corrigir isso é a modelagem da seção de canoa do assoalho.
Variando a largura e o volume do túnel ao longo de seu comprimento através da modelagem das bordas externas da canoa, as pressões podem ser manipuladas de forma a permitir uma relação mais harmoniosa entre os vórtices e o fluxo de ar através dos túneis.
Embora não seja totalmente visível até agora, a evidência de que a Ferrari remodelou a ‘canoa’ pode ser vista dentro do difusor, onde a cauda da canoa pode ser vista. Essa cauda agora é muito mais estreita.
Brincar com o formato da canoa muda a forma como o fluxo de ar nos túneis é energizado. Com apenas tanto fluxo de ar de massa disponível, é uma questão de movê-lo onde é necessário dar um equilíbrio através de uma gama de velocidades e atitudes para dar não necessariamente os maiores números de downforce, mas a melhor propagação de downforce em todos os parâmetros operacionais. É isso que dá consistência – e confiança ao piloto.
Resta aguardar a concretização das atualizações para verificar a esperada melhora de desempenho. Vai acontecer? Deixe seu comentário.
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