iFood, gigante do delivery brasileiro, anunciou terça – feira o lançamento de sua própria motocicleta elétrica, chamada EVS Work iFood, desenvolvida em parceria com a Voltz Motors exclusivamente para os parceiros de entrega da plataforma, que poderão comprar o modelo com desconto, custando R$ 9.999,90 na pré-venda.
Segundo a empresa de food-tech, a motocicleta elétrica pode gerar economia de até 70% nos custos de manutenção e operação, além de ser uma solução de mobilidade menos poluente. A moto elétrica atinge até 85 quilômetros por hora e tem autonomia de 100 a 180 quilômetros com duas baterias.
Para viabilizar o projeto, o iFood firmou parceria com o banco BV para oferecer uma linha de financiamento com condições mais acessíveis para aquisição de motocicletas elétricas. Além disso, o BV subsidiará o valor de R$ 2.000 para as primeiras 300 motocicletas financiadas, sujeito a crédito e aprovação do usuário.
O maior atrativo da moto elétrica, segundo a empresa, é a economia gerada a longo prazo ao mudar de um modo de transporte baseado em combustível para um elétrico. O iFood informou ter feito testes com 30 entregadores e constatado que um entregador que percorre 3.000 quilômetros por mês tem um custo mensal de cerca de R$ 610 com combustível. Ao substituir a motocicleta a combustão por uma elétrica, esse custo, que varia de acordo com a variação do preço do combustível, reduziria em até 60%, segundo a empresa de food tech, caso o entregador opte por utilizar o sistema de compartilhamento de bateria desenvolvido pelo iFood.
O sistema de bateria compartilhada foi construído em parceria com a Ipiranga e está disponível por meio de planos de assinatura que variam de R$ 129 por mês para motociclistas que percorrem até 2.000 quilômetros a R$ 319 para quilometragem ilimitada e troca de bateria. Para os entregadores que não querem aderir ao sistema de baterias compartilhadas, a moto elétrica vem com um carregador de bateria que pode ser recarregado em qualquer tomada.
O projeto está sendo implantado em caráter piloto na cidade de São Paulo, com 100 postos de troca rápida de bateria sendo instalados em bairros como Lapa, República Consolação, Pinheiros, Jardins, Paulista, Aclimação, Moema, Itaim Bibi, entre outros. Através do sistema de baterias compartilhadas, os usuários não possuem a bateria, mas a utilizam como um serviço (Battery as a Service) em uma rede de estações de troca rápida. No momento, já existem 33 postos de câmbio instalados em 19 postos de gasolina em São Paulo.
Com o lançamento do EVS Work iFood, o iFood visa um contingente de mais de 200 mil motociclistas parceiros na plataforma de delivery. “Este é apenas o começo de uma mudança efetiva no segmento de delivery. É uma oportunidade para os parceiros de entrega terem acesso a motos elétricas a um custo de aquisição menor e mais econômico para eles ao longo do tempo, gerando um impacto efetivo na redução das emissões de carbono no meio ambiente”, afirma Claudia Storch, diretora de logística do iFood.
Além disso, a iniciativa faz parte dos esforços ESG do iFood, que visam tornar suas operações neutras em carbono. “Nossa meta é garantir que 50% das entregas do iFood sejam feitas por veículos que não utilizam combustíveis fósseis até 2025”, afirma André Borges, chefe de sustentabilidade da empresa.
O iFood também se associou à XPRIZE, empresa norte-americana focada em concursos de prêmios que visam impulsionar iniciativas que possam beneficiar a humanidade, para financiar conjuntamente o XPRIZE Circular Food Packaging, prêmio focado em pesquisa e desenvolvimento de embalagens flexíveis e biodegradáveis, como sacolas ecológicas ou filmes, que, como resultado, reduzem as emissões de combustíveis fósseis. Os projetos de qualificação a serem considerados devem ser sustentáveis em larga escala e seguros para o consumo humano e para o meio ambiente.
De acordo com o CEO do iFood , Fabrício Bloisi, que é membro do conselho de inovação do XPRIZE, a food tech, como investidora desta competição XPRIZE de desenvolvimento tecnológico, buscará atrair potenciais patrocinadores do prêmio, para que o coletivo final de empresas financiadoras do desafio possa investir até US$ 20 milhões para viabilizar a competição.
Uma vez arrecadado, o prêmio total será de US$ 10 milhões para as equipes selecionadas por juízes terceirizados com base nas diretrizes do prêmio. O primeiro colocado receberá US$ 6 milhões, o segundo colocado receberá US$ 2 milhões e o terceiro colocado receberá US$ 1 milhão. Além disso, a competição garantirá US$ 1 milhão para os chamados Prêmios Milestone, a serem concedidos para apoiar soluções de dimensionamento para participantes que atingiram metas ao longo da competição.
Esta parceria é um dos pilares centrais do iFood Regenera, um movimento estratégico que visa criar um impacto ambiental positivo, incluindo a erradicação da poluição plástica. “A agenda ESG tem sido e será cada vez mais abordada pelas empresas mais criativas do mundo. Muitas empresas já concluíram e outras estão apenas começando a perceber que devem desempenhar um papel além de seus negócios, atuando diretamente na criação de soluções inovadoras para enfrentar os desafios mais importantes do mundo”, disse Bloisi.