A busca do Vale do Silício para automatizar tudo é incessante, o que explica sua mais recente obsessão: Auto-GPT.
Em essência, o Auto-GPT usa a versatilidade dos mais recentes modelos de IA da OpenAI com seu já famoso ChatGPT para interagir com software e serviços online, permitindo que ele execute tarefas de forma “autônoma”. Incrível, não?
O Auto-GPT é um aplicativo de código aberto criado pelo desenvolvedor de jogos Toran Bruce Richards que usa os modelos de geração de texto da OpenAI, principalmente GPT-3.5 e GPT-4, para agir “automaticamente”.
Não há mágica nessa autonomia. O Auto-GPT simplesmente lida com o acompanhamento de um prompt inicial dos modelos da OpenAI, tanto perguntando quanto respondendo até que uma tarefa seja concluída.
Se o ChatGPT já assusta, imagina agora. Já deixa ai seu comentário, gostaria de interagir com você. E caso você não consiga compreender algo nessa linguagem de informática, basta perguntar nos comentários.
O Auto-GPT, basicamente, é o GPT-3.5 e GPT-4 emparelhado com um bot complementar que instrui GPT-3.5 e GPT-4 no que fazer. Um usuário informa ao Auto-GPT qual é seu objetivo e o bot, por sua vez, usa GPT-3.5 e GPT-4 e vários programas para executar todas as etapas necessárias para atingir qualquer objetivo que eles tenham definido.
O que torna o Auto-GPT razoavelmente capaz é sua capacidade de interagir com aplicativos, software e serviços online e locais, como navegadores da web e processadores de texto. Por exemplo, dado um prompt como “ajude-me a expandir meu negócio de flores”, a Auto-GPT pode desenvolver uma estratégia de publicidade plausível e criar um site básico. E incrível, faz tudo do zero. Não à toa, muitos estão o chamando de “assistente pessoal digital”.
Neste vídeo, vamos mostrar o AutoGPT funcionando. Está em inglês, mas dá para compreender perfeitamente como o AutoGPT inicia após o comando e só encerra quando a tarefa estiver concluída.
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Como Joe Koen, um desenvolvedor de software que experimentou o Auto-GPT, explicou ao site TechCrunch por e-mail, o Auto-GPT essencialmente automatiza projetos de várias etapas que exigiriam prompts de ida e volta com um modelo de IA orientado a chatbot como, digamos, o já conhecido ChatGPT da OpenAI. Como já dito, a parte de fazer tudo sozinho após dar o primeiro comando, é relativamente fácil.
“O Auto-GPT define um agente que se comunica com a API da OpenAI”, disse Koen.“ O objetivo desse agente é executar uma variedade de comandos que a IA gera em resposta às solicitações do agente. O usuário é solicitado a fornecer informações para especificar a função e os objetivos da IA antes que o agente comece a executar os comandos.”
Em um terminal, os usuários descrevem o nome, a função e o objetivo do agente Auto-GPT e especificam até cinco maneiras de atingir esse objetivo. Por exemplo:
- Nome: Smartphone-GPT;
- Função: Uma IA projetada para encontrar o melhor smartphone;
- Objetivo: Encontrar os melhores smartphones do mercado;
- Meta 1: Faça pesquisas de mercado para diferentes smartphones no mercado hoje;
- Objetivo 2: obter os cinco principais smartphones e listar seus prós e contras.
Nos bastidores, o Auto-GPT conta com recursos como gerenciamento de memória para executar tarefas, juntamente com GPT-4 e GPT-3.5 para geração de texto, armazenamento de arquivos e resumo.
O Auto-GPT também pode ser conectado a sintetizadores de fala, como o da ElevenLabs, para que possa “fazer” chamadas telefônicas, por exemplo.
O Auto-GPT está disponível publicamente no GitHub, mas requer alguma configuração e conhecimento para começar a funcionar. Para usá-lo, o Auto-GPT deve ser instalado em um ambiente de desenvolvimento como o Docker e deve ser registrado com uma chave de API do OpenAI, que requer uma conta OpenAI paga.
Está tudo no começo, mas já pode valer a pena para quem quer usar comercialmente. Os primeiros usuários usaram o Auto-GPT para assumir os tipos de tarefas cotidianas delegadas a um robô. Por exemplo, o Auto-GPT pode incluir itens como depurar código e escrever um e-mail ou coisas mais avançadas, como criar um plano de negócios para uma nova empresa.
“Se o Auto-GPT encontrar algum obstáculo ou incapacidade de concluir a tarefa, ele desenvolverá novos prompts para ajudá-lo a navegar na situação e determinar os próximos passos apropriados”, disse Adnan Masood, arquiteto-chefe da UST, uma empresa de consultoria em tecnologia. “Modelos de linguagem grandes são excelentes em gerar respostas semelhantes às humanas, mas dependem de solicitações e interações do usuário para fornecer os resultados desejados. Por outro lado, o Auto-GPT aproveita os recursos avançados da API da OpenAI para operar de forma independente, sem intervenção do usuário.”
Nas últimas semanas, novos aplicativos surgiram para tornar o Auto-GPT ainda mais fácil de usar, como AgentGPT e GodMode, que fornecem uma interface simples onde os usuários podem inserir o que desejam realizar diretamente em uma página do navegador. Observe que, como o Agent-GPT, ambos exigem uma chave de API da OpenAI para desbloquear todos os seus recursos.
Como qualquer ferramenta poderosa, no entanto, o Auto-GPT tem suas limitações e riscos.
Mas claro que na tecnologia, tudo melhora com o tempo.
Dependendo do objetivo fornecido pela ferramenta, o Auto-GPT pode se comportar de maneiras muito… inesperadas. Um usuário do Reddit na internet afirma que, com um orçamento de $100 para gastar em uma instância do servidor, o Auto-GPT criou uma página wiki sobre gatos, explorou uma falha na instância para obter acesso de nível administrativo e assumiu o ambiente da linguagem de programação Python no qual foi correndo e então “se matou”.
Sobre esse twitter, com o software modificado e chamado de Caos-GPT, mais informações aqui:
“Um vídeo compartilhado no YouTube do processo mostra que o ChaosGPT foi encarregado de cinco objetivos: destruir a humanidade, estabelecer o domínio global, causar caos e destruição, controlar a humanidade por meio da manipulação e alcançar a imortalidade.”
“O usuário pediu ao ChaosGPT para ser executado em “modo contínuo”, no qual ele pode potencialmente “executar para sempre ou realizar ações que você normalmente não autorizaria”. O bot alertou: “Use por sua conta e risco”. Um tópico do YouTube e do Twitter, postado pelo bot, mostra ainda mais o processo que se desenrolou. Em uma postagem, datada de quarta-feira passada, o bot faz referência à “Usar Bomba” da ex-União Soviética, o maior dispositivo nuclear já detonado e a explosão humana mais poderosa da história. “Considere isso, o que aconteceria se eu colocasse minhas mãos em um?” o bot pergunta. Outro post denigre os seres humanos como “uma das criaturas mais destrutivas e egoístas que existem”. Isso sugere que eliminá-los é vital para salvar o planeta. “As massas são facilmente influenciadas”, escreveu o ChaosGPT em outro tweet. “Aqueles que não têm convicção são os mais vulneráveis à manipulação.””.
Interessante nesse trecho acima que claramente percebemos que a pesquisa automática se baseia em realidades da nossa sociedade, como o efeito manada. Sorte nossa que os planos do bot para dominar o mundo não se estendem além desses poucos tweets. Interessante também ressaltar que o ChaosGPT supostamente pesquisou armas nucleares e chamou outros bots de IA para obter assistência.
Indiscutivelmente mais perigoso do que o Auto-GPT tentando “destruir a humanidade” são os problemas imprevistos que podem surgir em cenários perfeitamente normais. Por ser construído nos modelos de linguagem do OpenAI, modelos que, como todos os modelos de linguagem, são propensos a imprecisões, pode cometer erros.
Esse não é o único problema. Depois de concluir uma tarefa com êxito, o Auto-GPT geralmente não se lembra de como executá-la para uso posterior e, mesmo quando o faz, geralmente não se lembra de usar o programa. O Auto-GPT também se esforça para dividir efetivamente tarefas complexas em subtarefas mais simples e tem dificuldade em entender como diferentes objetivos se sobrepõem.
“O Auto-GPT ilustra o poder e os riscos desconhecidos da IA generativa”, disse Clara Shih, CEO da Salesforce Service Cloud e entusiasta do Auto-GPT, por e-mail. “Para as empresas, é especialmente importante incluir uma abordagem humana no loop ao desenvolver e usar tecnologias de IA generativas, como o Auto-GPT.”
E ai meu amigo, você lembra do filme Exterminador do Futuro 3, onde a Inteligência Artificial acaba por ter acesso as armas de exterminação criadas pelos humanos, e resolve usar contra nós humanos? Terrivelmente semelhante. Se não conhece o filme, assista que vale a pena.
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A obsessão pelo “Auto-GPT” envolve o desenvolvimento de sistemas de IA que não apenas podem gerar texto, mas também podem aprimorar e automatizar outras tarefas, como redação de conteúdo, tradução de idiomas, resumo de texto, entre outras. Essa automação tem o potencial de economizar tempo e recursos em várias indústrias, tornando processos mais eficientes.