MOTOCICLISMO NEWS – MOTOGP: Quem gere os pilotos e as equipes?

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Em primeiro lugar, temos que diferenciar entre os gerentes pessoais dos pilotos e os gerentes de equipe. Há diferenças claras entre essas duas posições.

O perfil de um gestor de piloto pode ser muito diferente:
  • Existem agências que representam atletas;
  • Gerentes profissionais;
  • Antigos condutores que beneficiam da sua experiência para gerir condutores ativos;
  • Oportunistas que se tornam gerentes ganhando a confiança de um piloto ou de seus pais;
  • Pais representando seus próprios filhos;
  • E, finalmente, há pilotos que gerenciam suas próprias carreiras.

Um piloto que já passou por algumas dessas fases na carreira é Dani Pedrosa. Durante muitos anos foi Alberto Puig, ex-piloto, quem o representou oficialmente. Quando seus caminhos divergiram, Dani cuidou de seus próprios assuntos. Isso não apenas significou que ele teve que estender seu contrato com a Honda, mas também teve que negociar com seus patrocinadores pessoais. Isso cobrou seu preço, pois Pedrosa perdeu o foco. Esse é sem dúvida um dos principais motivos para ter um gerente, mas claroq ue nem sempre dá certo, por esse motivo principal, muitos fazem por conta própria. Eventualmente, para compensar o tempo perdido, Dani contratou a agência de representação de atletas Wasserman Group, com sede nos Estados Unidos, que mais tarde abandonou. O vice-presidente do Wasserman Group é o ex-campeão mundial de motocross Bob Moore, que hoje representa os interesses de Brad Binder, por exemplo. 

Faz sentido quando as negociações são conduzidas por gerentes profissionais que também estão familiarizados com o paddock. Alguns dirigentes com esse perfil se destacam atualmente na MotoGP. Um deles é bem conhecido, Carlo Pernat, uma lenda do campeonato por cujas mãos passaram pilotos como Loris Capirossi, Marco Simoncelli e Andrea Iannone e que agora dirige Enea Bastianini e Tony Arbolino, ambos vencedores desta temporada.

Mas o mais marcante da carreira de Pernat é que antes de gerenciar pilotos, ele foi gerente esportivo de duas fabricantes: Cagiva e Aprilia. Lá ele se sentou à mesa com os gerentes de Max Biaggi, Valentino Rossi e muitos outros. Portanto, ninguém conhece melhor os segredos de uma boa gestão do que Pernat.

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Um bom gerente de MotoGP não só precisa ser um bom vendedor e negociador, mas também muito cuidadoso com o timing. É claro que nas negociações com o potencial empregador, ele deve trazer outras opções possíveis que seu piloto tem, sejam elas realmente verdadeiras ou não. Eventualmente, isso o ajudará a obter uma oferta mais alta, mas se as alternativas fecharem durante o cabo de guerra, você pode acabar com apenas uma opção restante. E então o jogo de pôquer se transforma em uma situação de pegar ou largar. O momento certo é, portanto, também um fator importante em qualquer negociação.

Quem são os dirigentes dos pilotos de MotoGP e qual é o seu passado?
PilotoGerente O que fez
Fábio QuartararoEric MahéEx-piloto
Enea BastianiniCarlo PernatGerente profissional
Alex RinsMiguel GalvarriatoAdvogado
Aleix EspargaróAlbert ValeraGerente profissional
Joan MirFrancisco Sanches Advogado
Jack MillerAki AjoDono da equipe
Jorge MartinsAlbert ValeraGerente profissional
Irmãos MárquezJaime MartinezAnteriormente Diretor de Marketing Automobilístico na Red Bull Spain
Peco BagnaiaAcademia de Pilotos VR46 
Franco MorbidelliAcademia de Pilotos VR46 
Taka NakagamiA mãe dele 
Maverick ViñalesGiovanni BalestraEx-executivo de empresa multinacional
Johann ZarcoEle mesmo 
Miguel OliveiraPai Paulo 
Brad BinderWasserman Media Group 
Raul FernandezAgência de gestão 2KARS 
Pol EspargaróHomero BoschEx-executivo de empresa multinacional
Marco BezzecchiAcademia de Pilotos VR46 
Luca MariniAcademia de Pilotos VR46 
Fábio Di GiannantonioDiago TavanoEx-jogador de futebol
Augusto FernandezSeu pai Augusto 
FONTE: Speedweek.com

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A grande questão que surge agora é: quanto ganha um gestor de piloto? Se deixarmos de lado os gerentes relacionados à família, um gerente recebe entre 5, 10, 15, 20 ou até 25% do contrato de um piloto. Essa porcentagem depende muito da taxa do piloto e do escopo do suporte. Alguns gerentes também cuidam da contabilidade e das declarações fiscais, e então a comissão pode subir para 25%. Um máximo de 15 por cento é usual. Com um negócio multimilionário, a taxa geralmente é menor do que com um valor de cinco ou seis dígitos.

Os gerentes de pilotos não lidam apenas com as fábricas ou equipes que contratam seus pilotos, mas também com fabricantes de capacetes, equipamentos de couro e outros itens, bem como patrocinadores pessoais dos pilotos, pois cobram por bebidas energéticas, óculos de sol e anunciam coisas similares.

O papel do gestor de equipe

O significado do termo difere dependendo do fabricante.

Na Ducati, Yamaha e KTM, os chefes de equipe (Davide Tardozzi, Massimo Meregalli e Francesco Guidotti) são essencialmente os chefes dos boxes. Eles são os responsáveis ​​pelo bom funcionamento dos boxes durante as corridas. Apesar do título de gerente de equipe, eles geralmente não são significativamente responsáveis ​​pela contratação de pilotos. Para isso, outras pessoas são responsáveis.

Lin Jarvis, diretor administrativo da Yamaha Motor Racing, está negociando na Yamaha. As decisões finais serão tomadas em conjunto com os chefes do YMR do Japão. Na organização da KTM, essa função corresponde ao Diretor de Esportes Motorizados, Pit Beirer, que coordena com o conselho da KTM e o chefe da empresa, Stefan Pierer. Na Ducati, é Paolo Ciabatti, Diretor Desportivo da Ducati, que toma as decisões em conjunto com Gigi Dall’Igna e o CEO da Ducati, Claudio Domenicali. Ele lidera as negociações, embora no final Gigi Dall’Igna, gerente geral da Ducati Corse, tenha a última palavra.

Na Honda, o chefe de equipe assume a responsabilidade de monitorar os processos adequados dentro das equipes no Grande Prêmio. O chefe da equipe, Alberto Puig, está encarregado de negociar e contratar potenciais pilotos, mas os japoneses têm a palavra final.

No caso da Aprilia Racing, é Massimo Rivola, ex-diretor esportivo da Ferrari na Fórmula 1, agora CEO da Aprilia Racing, que compartilha a responsabilidade pelas negociações e tomadas de decisão dos pilotos. Mas o dono da Piaggio, Colaninno, está no comando.

Apesar dessa diversidade entre os gerentes de equipe reais, suas habilidades devem ser fundamentalmente as mesmas. Além de bons negociadores, também precisam saber escolher um piloto que se encaixe no projeto da marca em estilo de pilotagem, caráter e imagem. É verdade que a velocidade do piloto é o requisito mais importante, mas também é importante considerar o quão fácil ou difícil pode ser trabalhar com ele no dia a dia.

Por exemplo, pode ser importante que o passaporte do candidato atenda aos requisitos do patrocinador, como uma motocicleta Idemitsu patrocinada pela Equipe LCR que deve ser pilotada por um piloto japonês ou pelo menos asiático. O mesmo vale para a Repsol Honda Team, onde se recomenda que pelo menos um de seus pilotos seja espanhol.

Espera-se que um gerente de equipe lidere a equipe no melhor interesse da empresa para a qual trabalha. Portanto, o perfil dos líderes de equipe de fábrica citados acima é o de um gerente. Paolo Ciabatti, da Ducati, já foi o chefe do Campeonato Mundial de Superbike; Massimo Rivola trabalhou para a Ferrari na Fórmula 1 por vários anos.

Alberto Puig é o único chefe de equipe da MotoGP que também é ex-piloto. E isso mostra muito claramente na maneira como ele lida com isso. Puig age à sua maneira. Ele é o único que fica nas paredes dos boxes das pistas de corrida, por exemplo, para sinalizar aos seus pilotos para pilotarem mais rápido. Puig ainda pensa e fala como um piloto. Será por isso que é tão criticado? (risos).

Não se deve esquecer que os pilotos são um ativo da empresa. Os gerentes devem cuidar deles no melhor interesse da empresa. Um piloto não é um ser estático, mas quando uma empresa investe muitos milhões por ano em um atleta, o chefe da equipe é o responsável pela boa gestão do piloto. E isso às vezes não corresponde à vontade ou às decisões do piloto.

A este respeito, Livio Suppo, chefe de equipe da Suzuki Ecstar nesta temporada, mas anteriormente com Ducati e HRC, é muito direto: “Quando você está no comando de uma equipe, deve evitar se tornar amigo de um piloto. Porque um dia chegará um momento em que a equipe ou o piloto farão um caminho diferente. Se o relacionamento for muito próximo, surgem problemas. Um gestor de equipe tem o dever para com seu empregador de sempre fazer o que é mais benéfico para ele, e isso é difícil quando a relação é muito próxima”, destaca Suppo.

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FONTE:

*Speedweek

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