A Red Bull costuma ser muito boa nas suas estratégias de corrida. E domingo não foi diferente. A equipe usou a estratégia de usar pneus macio, depois novamente macios e por fim finalizou com duros com seus dois pilotos para terminar com dobradinha.
A maioria das outras equipes usou duros na primeira parada, diferentemente da Red Bull.
Ferrari, Aston Martin e Mercedes correram a corrida de duas paradas com uma combinação macia/dura/dura. Seu julgamento dos treinos, e dos testes da semana anterior, foi que, se eles usassem o pneu macio mais rápido por dois stints, precisariam conservar tanto o ritmo para obter os comprimentos de stint necessários para uma parada dupla (em vez de três) que seria mais lento do que fazer dois stints no C1 duro.
Mesmo que o C1 seja um pneu intrinsecamente mais lento, ele não precisava ser tão gerenciado em ritmo para obter os comprimentos de stint necessários. Então, para essas equipes, a sequência suave / dura / dura era realmente a maneira mais rápida de correr suas corridas.
Para a Red Bull foi diferente. Tanto Max Verstappen quanto Sergio Perez preferiam muito a sensação do carro nos macios e tal era a vantagem de ritmo inerente do RB19 que, mesmo ao gerenciar os pneus o suficiente para obter os comprimentos de stint necessários, ainda era mais rápido do que os carros rivais duros ao longo desses stints. Por isso, foi capaz de executar uma sequência suave / macia / dura.
Isso se chama estratégia, e quem traduzir melhor as possibilidades para a sua realidade leva a melhor na corrida.
Claro que vimos que a superioridade da equipe era tão grande, que mesmo sem isso, provavelmente venceriam a prova. Mas com a estratégia perfeita, a vantagem foi ainda maior.
Vamos saber dos motivos com o próprio Cristian Horner:
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“Discutimos muitos cenários diferentes, mas ambos os pilotos ficaram particularmente felizes com o pneu macio”, explicou Christian Horner no Bahrein. “Trouxemos muitos pneus macios para a corrida, então parecia injusto não usá-los. Foi o que fizemos. Tínhamos apenas um jogo de pneus duros, então não queríamos nos expor se houvesse um safety car a meia distância.”
E um rival de pneus macios sentado na cauda de um Red Bull de pneus duros atrás do Safety Car realmente os tornaria vulneráveis por conta de quanto tempo leva o composto mais duro para voltar à temperatura. Esse cenário não se desenrolou, mas a Red Bull sentiu que o tinha coberto se tivesse.
O chefe da equipe britânica está orgulhoso do forte início de temporada. “Para a primeira corrida do ano mesmo com a desvantagem do tempo do túnel de vento e tudo mais, a equipe fez um trabalho incrível para ter essa vitória como ponto de partida. Temos agora de ser eficientes no nosso desenvolvimento daqui para frente. Cada circuito terá seus desafios diferentes, mas foi um ótimo começo”, disse Horner.
Derrotado fora da linha pela Ferrari de Charles Leclerc, Perez teve que esperar seu tempo, sabendo que ele estaria em uma estratégia de pneus melhor do que a Ferrari. “Foi muito importante para mim chegar à volta 15/16 ainda com um bom pneu que eu pudesse empurrar [depois que Leclerc fez sua parada] e fazer um pouco de um delta de pneus.”
Ele correu quatro voltas a mais do que Leclerc no primeiro stint, então reduzir o número de voltas que seu próximo conjunto de macios precisaria durar. Então, quando ele voltou, ele não estava apenas em um composto mais macio do que Leclerc (que havia mudado para duros), mas seus pneus estavam quatro voltas mais novos. Em poucas voltas, ele conseguiu chegar e passar a Ferrari na pista.
E as curvas exigentes do Bahrein desgastam bastante os pneus, reduzindo o desempenho até que seja tão lento que será mais rápido gastar o custo de 23s de um pit stop para voltar com pneus novos.
Embora o pneu macio sofra maior degradação térmica do que o duro, ele começa como um pneu intrinsecamente mais rápido, a diferença no Bahrein estimada em cerca de 1,7s. Mas para cada volta que eles fazem, então seu desempenho começa a convergir até que a maior resistência do pneu duro ao calor o faça se tornar o pneu mais rápido.
Mas quanto mais o pneu é suportado por downforce, limitando o deslizamento, menos a banda de rodagem é abusada. O Red Bull, aerodinamicamente o melhor carro que existe, foi capaz de atrasar o ponto em que o macio se torna mais lento do que o duro por tempo suficiente para torná-lo um pneu mais rápido ao longo do stint.
Eles foram capazes, em outras palavras, de acessar o maior desempenho do macio de uma maneira que estava fora dos limites para os outros, como confirmou Frederic Vasseur, da Ferrari: “[A Red Bull] conseguiu fazer o segundo stint com o macio e tivemos que colocar o duro para ir até o fim… não fomos capazes de fazer soft-soft-hard.”
A única outra equipe que empregou a estratégia suave / macia / dura foi a Williams, mas foi por razões diferentes. Com um carro mais lento do que a maioria, seu objetivo sempre foi maximizar a posição da pista e depois defender, fazendo o máximo de gerenciamento de ritmo necessário.
Passar para outro conjunto de macios no primeiro pit stop potencialmente permitiu que eles fizessem um trabalho de undercut, fazendo uma volta de saída mais rápida do que seria viável com o duro. Era tudo uma questão de posição, em vez de minimizar o tempo teórico de corrida.
Uma questão que surge de tudo isso é por que o pneu médio C2 não foi visto (exceto na McLaren de seis paradas de Lando Norris). Isso ocorreu porque o C1, que é novo para este ano, mais macio que o antigo C1 e de uma nova família de compostos, era simplesmente mais rápido e durável em torno do Bahrein.
As pranchetas realmente tem um papel muito importante na Fórmula1.
Sérgio Perez falou sobe suas possibilidades de vitória
Perez não ficou feliz em terminar a 11 segundos de seu companheiro de equipe.
Perez começou a corrida em segundo no grid, mas quando as luzes se apagaram, ele foi imediatamente ultrapassado por Charles Leclerc, que ficou à frente até Perez fazer uma ultrapassagem na Ferrari na volta 26 da corrida. Leclerc acabou se retirando, mas Perez disse que o tempo que passou atrás do piloto monegasco lhe custou uma chance de lutar pela vitória:
“Sim, foi um bom retorno”, disse ele. “Foi uma pena que perdemos uma posição para Charles, porque isso realmente nos impediu de poder lutar pela vitória. Uma vez que perdemos tantos segundos para Max, foi o fim do jogo, foi mais sobre pegar Charles, porque ele estava muito forte naquele primeiro stint com seus novos pneus.
“Era tarde demais – poucas voltas tarde demais… e basicamente mantivemos a diferença durante toda a corrida. Não tivemos chance de lutar pela vitória. Tratava-se de minimizar o mau arranque. Temos muitas coisas para analisar e melhorar e obter a consistência para o resto da temporada.”
Havia um benefício em ficar preso atrás da Ferrari, no entanto, como Perez disse: “Você realmente aprende muito, sobre o carro deles, onde eles são fracos e mais fortes do que nós, e acho que preciso garantir que isso permaneça fresco para meus engenheiros no briefing”.
Apesar de uma exibição tão dominante da Red Bull, Perez não conseguiu garantir tal desempenho na próxima rodada em Jeddah, em 19 de março.
“Bem, é um circuito muito único, não podemos esquecer isso, vamos para circuitos muito diferentes, então acho que depois de quatro ou cinco corridas teremos um pouco mais de uma ideia, então vamos esperar para ver. Quando olhamos para o ano passado, como começamos aqui, é muito bom. É um bom retorno como equipe, trabalhamos muito duro durante o inverno. É ótimo ver toda a [equipe] desfrutando da primeira corrida. Temos um pacote forte, por isso foi importante hoje levar os dois carros até o final”, concluiu.
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